Servidores públicos são formadores de opiniões e pautam as políticas públicas na eleição municipal

As eleições municipais de Curitiba, realizadas em 27 de outubro, evidenciaram o papel essencial e histórico dos servidores públicos e do SISMUC para pautar os candidatos à Prefeitura e à Câmara Municipal para discutir as políticas públicas. A frase “Servidor público dá voto!”, utilizada na série produzida pelo Sindicato durante esse período eleitoral, expressa o poder desses trabalhadores, que vai além do ato de votar. Eles continuam a pautar, lutar e exigir ações sólidas para atender seus direitos e de toda a população, especialmente dos mais pobres e vulneráveis.

Dados do IPMC (Instituto de Previdência dos Servidores do Município de Curitiba) e do Portal da Transparência, levantados pelo SISMUC, mostram que Curitiba possui 17.436 aposentados e 28.288 servidores no exercício funcional, totalizando 45.724 pessoas. Embora esse número represente apenas 3,21% dos 1.423.722 cidadãos curitibanos, ele carrega um peso significativo. Esses trabalhadores exercem influência e organização em diferentes contextos, seja em seus lares, nos locais onde trabalham ou já trabalharam e em sua comunidade. Mais do que observadores, eles são agentes multiplicadores, moldam a opinião pública e engajam a sociedade na defesa dos serviços que utilizam. Ao defender políticas públicas, reafirmam que o serviço público é um bem comum, essencial à justiça social e ao desenvolvimento da cidade, do estado e do país.

Como defensores de melhores condições de trabalho, valorização e do serviço público em sua totalidade, eles têm a capacidade e o direito de apontar questões urgentes a serem solucionadas, pois, por atuarem em diversas áreas, como educação, assistência social, saúde, administração, cultura, fiscalização, segurança e esporte, conhecem bem os desafios que permeiam as políticas públicas: desde a falta de atendimento em consultas e exames especializados, necessidades de construir mais UPAS (Unidades de Pronto Atendimento) e UBS (Unidade Básica de Saúde), além da própria falta da valorização dos trabalhos e trabalhadores da saúde do município; até as precariedades nos CMEIs e escolas, como o descumprimento do direito a hora-atividade, a falta de suporte especializado para crianças com deficiência, o número excessivo de alunos por inspetores e a falta de vagas em Centros de Educação Infantil. Como usuários do transporte público testemunham de perto sua precariedade, além das ruas esburacadas, da situação de pessoas em condição de rua e das realidades vividas nas 322 favelas curitibanas, com falta de moradia adequada. Assim como a fome e a desigualdade social, cultural e econômica que aflige a cidade.

Agora, já passado a eleição, a vigilância dos servidores sob a administração eleita deverá seguir. Não basta apenas observar e reclamar, é preciso seguir cobrando e mobilizado, nas redes e nas ruas, presente em atos, mobilizações, conselhos representativos e demais atividades promovidas,  inclusive pelo Sindicato, para que os direitos dos trabalhadores que sustentam o serviço público, as políticas públicas e os interesses coletivos da população sejam prioridades, acima de qualquer outra agenda. Além disso, é preciso fazer o velho e necessário trabalho de base, que, de forma resumida, é educar e engajar a população para que ela própria abrace o serviço público e os seus trabalhadores, defende-os de qualquer ameaça imposta pela gestão municipal, somente assim, com engajamento de todos, poderemos avançar, garantindo o caminho para uma cidade que respeite, inclua e valorize todos os cidadãos. Seguimos organizados e vigilantes! 

 

Foto: Antonio Augusto/Secom/TSE