O SISMUC está presente no ato contra a venda das escolas públicas. O PL Parceiros da Escola do governo Ratinho, que está na pauta de votação da Assembleia Legislativa, afetará inicialmente 200 escolas estaduais e prevê que a administração e infraestrutura, incluindo a contratação de pessoal de limpeza, merenda e professores, sejam realizadas por empresas privadas sob o regime da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT). Isso implica que os profissionais poderão ser demitidos a qualquer momento, sem a estabilidade garantida por concursos públicos ou Processos Seletivos Simplificados (PSS). A iniciativa ameaça se estender às mais de 2.200 escolas estaduais, impactando cerca de 25 mil funcionários(as) e 65 mil professores(as).
Para o SISMUC, essa proposta representa uma séria ameaça aos direitos dos trabalhadores e à qualidade da educação oferecida aos cerca de 1 milhão de estudantes matriculados na rede estadual. “A lógica da empresa privada é o lucro. Nenhum serviço público é repassado à iniciativa privada se não for lucrativo para as empresas. O direito à educação pública, com orçamento e planejamento públicos, está em risco, e poderá afetar drasticamente ou pôr um fim a esse direito básico da população, a educação”, afirma Juliana Mildemberg, coordenadora do SISMUC.
Segundo Juliana, desde que assumiram a gestão do Estado, Ratinho Junior e sua equipe têm se esquivado da responsabilidade de oferecer uma educação pública de qualidade à população do Paraná. “Temos diversos exemplos disso, inclusive com a implantação das escolas Cívico-Militares, apresentadas pela gestão estadual como modelo educacional exemplar. Contudo, esses espaços têm sido alvo de críticas e ações judiciais por parte de pais e responsáveis devido à má qualidade da educação, ao despreparo dos militares e até mesmo à falta de estruturas básicas aos alunos, inclusive de uniformes”, conclui.