Enquanto o prefeito Rafael Grega retira 14% dos salários e benefícios dos servidores públicos aposentados e da ativa, mais uma vez o mandatário e os vereadores mostraram de que lado estão, e não é dos trabalhadores e trabalhadoras, mas sim do setor privado. Já que em votação nesta terça (31), a Câmara Municipal aprovou o pedido da prefeitura para dar novamente um crédito adicional suplementar de mais de R$ 174 milhões para empresas do transporte coletivo da capital.
Justificando o déficit causado pela diferença entre a tarifa social de R$ 5,50 e a técnica, de R$ 6,3694, a prefeitura enviou para a análise dos vereadores o pedido em 1.º de abril, e argumentou que desse total, R$ 132,4 milhões serão usados para equilibrar, até o fim de 2022, essa diferença. Já os outros R$ 41,6 milhões seriam aplicados na manutenção do sistema.
Aprovada em segundo turno com 25 votos favoráveis e 8 contrários, a proposição (013.00004.2022) que segue para a sanção do Rafael Greca, explica que os valores serão remanejados da Secretaria Municipal de Planejamento, Finanças e Orçamento para o Fundo de Urbanização de Curitiba (FUC), gerido pela Urbs.
Aos empresários do transporte coletivo tudo, para os servidores públicos e a população nada!
Essa não é a primeira vez que o prefeito Rafael Greca injeta dinheiro público no setor privado de transporte. Desde o início da pandemia da covid-19, em 2019, as empresas já receberam mais de R$ 400 milhões. E, isso não se reflete na qualidade dos serviços ofertados a população, ao contrário, Curitiba possuiu a 2.ª tarifa mais cara entre as capitais brasileiras, a frota está sucateada e há um número muito aquém de ônibus circulando. Além disso, em 11 de maio, motoristas e cobradores da capital e região metropolitana chegaram a anunciar uma greve porque estavam com os salários atrasados. Dinheiro que deveria ser repassado pelas operadoras de ônibus.
Enquanto a Prefeitura continua valorizando o setor privado e retirando dinheiro dos cofres públicos, os problemas enfrentados no transporte, educação, saúde, assistência social, segurança pública, esporte e lazer, continuam afetando todos os curitibanos.
O prefeito não investe em estruturas adequadas e muito menos na contratação de servidores para atender à população. Além disso, os profissionais públicos que sempre dedicaram seu esforço para dar qualidade aos serviços ofertados aos curitibanos, não recebem o mesmo tratamento, nem cuidado da Prefeitura, ao contrário, sofrem com a desvalorização profissional, salarial e tem que sobreviver com o desconto de 14% em seus ganhos que passou a ser feito desde abril pelo Instituto de Previdência dos Servidores do Município de Curitiba (IPMC).
População aponta problemas e cobra investimentos – No último sábado (28/05), os professores de educação infantil, organizados pelo Sindicato dos Servidores Público Municipais de Curitiba (SISMUC), realizaram um ato politico-cultural na Praça Soldado Wagner Alves Sampaio, no bairro Tatuquara, em prol dos Centros Municipais de Educação Infantil (CMEIs).
Durante o ato, a má gestão e falta de vontade política da prefeitura para investir nos serviços públicos foi evidenciado pelos moradores da regional Tatuquara. Segundo eles, faltam investimentos básicos em infraestruturas, desde a educação, saúde, transporte, esporte, lazer e meio ambiente.
Segundo a comunidade, o terminal do Tatuquara, inaugurado em maio de 2021, mais parece um terminal fantasma, visto que, se trata de um local de passagem de ônibus, ou seja, o espaço não conta com linhas metropolitanas circulando e nem linhas troncais ou diretas ao centro de Curitiba.
“A Prefeitura não tem olhado com carinho para as políticas públicas que atendem os curitibanos, nem mesmo os tatuquarenses. Precisamos que elas sejam administradas e implementadas com qualidade pelos órgãos públicos municipais. Não basta propagandear, tem que realmente fazer”, afirmam os moradores.