De acordo com o Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC)
dos Estados Unidos, e pesquisadores do mundo todo, o coronavírus é mais
facilmente transmitido pelo ar através de gotículas ou aerossóis. Em 2020,
quando pouco se conhecia da doença, a transmissão pelo ar era considerada uma
das formas de transmissão, mas não necessariamente a mais efetiva.
Com o avanço da ciência e o reconhecimento da via de
transmissão da Covid-19 pelo ar, cientistas do mundo todo pedem pela atualização
dos protocolos de controle da doença. Entre eles, pesquisadores da plataforma
Observatório Covid-19 têm alertado à população para a priorização de ambientes
ao ar livre ou com maior ventilação possível, o distanciamento físico de mais
de dois metros e máscaras de qualidade.
Em Curitiba, trabalhadores e os
sindicatos denunciam
a falta de qualidade dos Equipamentos de Proteção Individual disponibilizados
pela Prefeitura desde o
início da pandemia. Na educação, as máscaras de tecido disponibilizadas
para os trabalhadores e dos estudantes retêm apenas entre 48% e 59% das
partículas. Além disso, em todas as outras categorias, inclusive as que estão
na linha de frente desde o início da pandemia, a Prefeitura ainda insiste em
máscaras de tecido e só com a luta dos trabalhadores tem sido possível garantir
EPIs um pouco melhores. Veja mais sobre as reivindicaçõesdo SISMUC e do
SISMMAC no
box ao lado.
Mas afinal, o que são máscaras de qualidade?
A Universidade de São Paulo realizou um estudo recentemente
que nos ajuda a entender melhor a eficácia de cada máscara a partir da
filtragem de partículas que cada equipamento de proteção realiza. Para entender
melhor, veja os quadros abaixo:
O que podemos concluir a partir desse estudo é de que todos
os trabalhadores devem utilizar máscaras PFF2 (ou N95) para garantir a proteção
respiratória máxima contra à Covid-19. Mesmo os que já estão vacinados.
Máscaras como a PFF2 garantem segurança tanto para quem usa, quanto para os que
estão próximos, afinal de contas, ela não deixa partículas serem liberadas pois
possuem excelente vedação e também não deixam particulares entrarem devido à
vedação e a alta capacidade de filtragem.
Por isso, o SISMUC e o SISMMAC têm cobrado a Prefeitura para
que a proteção respiratória máxima seja garantida para todos os servidores e
trabalhadores terceirizados, dessa forma, é possível trabalhar com mais
segurança e salvar vidas.
Então nenhuma máscara que eu tenho funciona?
Não é bem isso, caso você ainda não tenha uma pff2, fique
tranquilo(a). O estudo da USP também demonstra que máscaras como as
descartáveis tripla camada ou as de tecido que não possuam costura no meio e
que tenham mais de uma camada, também são bastante eficazes. No quadro acima
podemos ver que as máscaras descartáveis filtram entre 78% e 87%, enquanto as
de tecido adequadas filtram entre 40% e 70% das partículas.
Entretanto, com as informações que existem hoje sobre a
proteção individual é sempre melhor garantir a mais adequada. Vamos cobrar para
que a Prefeitura distribua máscaras PFF2 para todas as categorias que têm
contato direto com a população. Mas enquanto isso não acontece, máscaras
descartáveis devem ser cobradas para dar segurança aos trabalhadores.
E qual máscara não devo usar de maneira alguma?
Veja no quadro abaixo quais máscaras devem ser evitadas!
E, se você ainda tem dúvidas sobre qual máscara você deve
usar, indicamos a página “Qual
Máscara?” para que você se informe cotidianamente.
Medidas corretas salvam vidas!
A garantia das medidas de distanciamento, ventilação e
máscaras de qualidade são necessárias para garantir maior segurança aos
trabalhadores e trabalhadoras. Afinal de contas, sem o auxílio emergencial e
sem protocolos de fechamento das atividades nas cidades, os casos de infecção
do coronavírus não param de aumentar. O que tem se instituído no Brasil é uma
política de morte que nega a ciência e que se importa apenas com o lucro dos
grandes empresários.
Até agora, só 11% da população
brasileira foi vacinada com as duas doses do imunizante. Além disso, não existe
uma política de proteção coletiva da população que garanta máscaras de
qualidade e o isolamento social dos trabalhadores, assim como não são previstas
medidas educativas que atualizem o conhecimento sobre a pandemia.
A desinformação e a negação são marcas registradas do governo Bolsonaro, mas
não só, Greca e Ratinho estão
entrando cada vez mais na onda do governo federal e deixando a população
desamparada.
É o que temos visto claramente em Curitiba, com a troca de
bandeiras sem qualquer critério e a todo o tempo. Os únicos beneficiados são o grande empresariado,
colocando os trabalhadores em risco em ônibus lotados e em locais onde as
chamadas medidas de controle da pandemia são irrisórias.
Quantas vezes você já entrou em
um mercado lotado, por exemplo, em que as chamadas medidas de controle eram a
medição da temperatura e o álcool em gel? Já sabemos que só isso não é
suficiente! O que controla a disseminação do vírus são medidas de
distanciamento e máscaras de qualidade, além de claro, permanecer em casa
sempre que possível, evitar aglomerações a todo o custo e sempre realizar a
higienização das mãos.
Depois de 14 meses e com 480 mil
mortos, não se pode negar a pandemia. Famílias estão sendo destruídas e a
pandemia segue descontrolada! Por isso, proteja-se e proteja a quem você ama:
use máscaras de qualidade!
E além disso, lute! No dia 19, vamos novamente às ruas
mostrar a insatisfação dos trabalhadores e trabalhadoras com a crise sanitária
e econômica no país. Vamos exigir vacinas, auxílio emergencial, medidas de
isolamento e o fim de um governo que matou, sem se importar, mais de 480 mil
trabalhadores.
Mas se eu usar PFF2, vai faltar para os trabalhadores da saúde?
A escassez de EPIs foi uma realidade no início de 2020. Para proteger a população da irresponsabilidade dos governos – que demoraram meses para editar medidas de controle do vírus – os trabalhadores recorreram às máscaras de tecido.
Agora, é necessário avançar na proteção, isso porque não faltam mais EPIs para compra, o que falta é responsabilidade das gestões, como a do desprefeito Rafael Greca, e isso é falta de vontade política de garantir a vida dos trabalhadores.
Portanto, além de comprar máscaras PFF2 para uso pessoal, é necessário que a gestão garanta máscaras de uso profissional para todos os trabalhadores que têm contato direto com à população.