Há 31 anos, no dia 17 de maio de
1990, a Organização Mundial de Saúde (OMS) retirou a homossexualidade da Classificação
Internacional de Doenças, declarando oficialmente que a relação homoafetiva não constitui doença,
nem distúrbio.
A decisão não acabou com
preconceito e discriminação, mas foi passo importante para a compreensão da
homossexualidade como identidade sexual, que não necessita de cura. A data se
tornou um símbolo da luta contra o preconceito, pelos direitos da população LGBT e pelo respeito à diversidade em
relação à orientação sexual e identidade de gênero.
Fortalecer a luta contra o
preconceito é uma missão essencial e urgente, especialmente no Brasil, que
ainda é considerado um dos países que mais mata e discrimina pessoas LGBTs no
mundo.
Ao longo do ano passado, ao
menos 237 pessoas perderam a vida para a violência LGBTfóbica no Brasil,
segundo levantamento realizado pelo Grupo Gay da Bahia e pela Acontece Arte e
Política LGBT+ com base em informações veiculadas pelos meios de comunicação. O
número é menor do que o de 2019 em razão da pandemia e do problema da
subnotificação e infelizmente não significa que houve uma melhora na situação.
Há menos de um mês, o jovem
professor Lindolfo Kosmalski teve a vida interrompida aos 25 anos, vítima de um
crime brutal com indícios de LGBTfobia em São João do Triunfo-PR.
Também no último mês dois homens foram mortos em Curitiba e
outro em Santa Catarina por um serial killer. O perfil das vítimas é
sempre o mesmo, jovens gays que moravam sozinhos – um indício forte de que os crimes foram
motivados pela LGBTfobia. O suspeito é José Tiago Correia Soroka que continua
solto e ainda não foi localizado pela polícia. Denúncias que possam levar à localização
do suspeito podem ser feitas de forma anônima por meio dos telefones 181, 197
ou 0800 643 1121.
A luta pela punição dos
envolvidos nesses crimes ecoam nesse 17 de maio, somando com as vozes que
clamam por justiça para outras vítimas da intolerância e pelo fim da lógica de
dominação que produz uma sociedade tão violenta contra quem assume uma forma de
amar diferente da heteronormativa.
Jair Bolsonaro vem usando o cargo
para incitar a violência contra a população LGBT, contra mulheres, negros e
indígenas. Logo no início do mandato, tirou LGBTs das diretrizes de Direitos
Humanos e suspendeu editais para filmes que tivessem a temática LGBT. Além
disso, segue usando a desinformação para destilar preconceito e estimular
projetos que buscam cercear a pluralidade de ideias e o respeito à diversidade
na educação.
O SISMUC, SISMMAC, SIFAR e
SISMMAR reafirmam nesse 17 de maio seu compromisso com a defesa da diversidade
e com o combate à LGBTfobia. A luta contra a intolerância e contra toda forma
de preconceito se soma à luta geral da classe trabalhadora pelo fim da
exploração e da violência e pela construção de uma sociedade em que estejam lançadas
as bases para o respeito ao diferente, em todas as suas expressões.