O SISMUC participou de reunião do Conselho Municipal de
Assistência Social (CMAS) nesta semana e voltou a cobrar a vacinação para os
servidores da Fundação de Ação Social (FAS). A fundação já teve óbitos de
servidores vítimas da Covid-19, já teve casos de surtos da doença em
equipamentos, colegas que ficaram internados, outros com sequelas e mesmo assim
a categoria não está inclusa entre os grupos prioritários para imunização em
Curitiba. Um ofício com pedido para vacinação dos servidores da FAS já foi
enviado pelo CMAS para a direção da Fundação.
Representantes da Secretaria Municipal de Saúde (SMS) que
estavam na reunião falaram que vão rever a prioridade, mas sabemos que podem
ser mais palavras ao vento do que a ação necessária neste momento.
Ainda na ocasião, diretores da FAS apresentaram um
diagnóstico da Covid-19, lamentaram as mortes, mas não reconheceram a relação
entre a mortes de servidores com a contaminação no ambiente de trabalho. Entre
outras, foram vítimas do novo coronavírus as educadoras sociais Luciane Garcia
Julionel, 56 amos, que atuava na Unidade de Acolhimento Institucional (UAI) São
Bento, que faleceu em julho do ano passado e Vera Regina Machado Ruas, 61 anos,
que atuava no CRAS Parolin, e sem critério para remanejamento foi transferida
para o Centro Pop Plínio Tourinho, e veio a falecer no início deste mês de
abril.
O SISMUC entende que está evidente que as duas servidoras
foram contaminadas
no exercício do trabalho. No caso da Luciane havia um acolhido que tinha
testado positivo pra Covid-19 e no Centro da Plínio Tourinho foi registrado
surto de Covid quando Vera já estava lá.
Realizando atendimento para as pessoas mais vulneráveis da
sociedade, os servidores da FAS que estão no trabalho presencial estão constantemente
em risco de contaminação pois não receberam equipamentos de proteção individual
(EPI) com qualidade e quantidade suficientes. A higienização dos locais de trabalho
também não tem sido feita como necessário uma vez que há circulação de pessoas.
A gestão do desprefeito Rafael Greca tem negado as Comunicações
de Acidente de Trabalho (CAT) para Covid-19 em todas as categorias, mesmo
quando há evidências. O registro da CAT pra Covid-19 é um direito do
trabalhador e a análise é individual e é preciso relacionar a causa da
infecção, as condições do ambiente e as medidas de proteção oferecidas.