Com a Covid-19 o número de atendimentos nas Unidades de
Pronto Atendimento (UPAs) tem aumentado e cresce também a demanda por
equipamentos como respiradores, que são essenciais para salvar a vida dos que
contraem o novo coronavírus. Mas, Curitiba, tem os equipamentos necessários
para atender os pacientes com Covid-19?
De acordo com usuários e trabalhadores da UPA Boa Vista a
resposta é não, como demonstra a denúncia feita ao Fala, Servidor.
Faltam respiradores e monitores multiparamétricos –
que medem a frequência cardíaca e a respiração. Esses equipamentos já eram essenciais
antes da pandemia, e agora, conforme a situação se agrava, são ainda mais indispensáveis.
No caso da UPA, a UTI tem mais pacientes do que monitores, o que gera
dificuldade no atendimento e perigo aos pacientes. Em uma cidade propagandeada
enquanto modelo, a realidade é que médicos têm que escolher com base em
seus critérios qual paciente deve ser monitorado.
A UPA Boa Vista foi uma das unidades com maior número de
atendimentos em 2019 e naquele momento já apresentava problemas de estrutura.
Com a pandemia a situação só se agravou.
E, como prova de que o coronavírus ainda não acabou, é
importante olhar para os dados. Em dezembro, Curitiba chegou a atingir quase 14
mil casos ativos. Agora, depois da chegada de 2021, os números que pareciam ter
reduzido, já voltam a aumentar, em apenas uma semana tivemos um aumento de mais
de mil casos ativos, com potencial para transmissão do vírus.
Essa oscilação escancara o despreparo da Prefeitura para
lidar com a situação da pandemia. Ao mesmo tempo em que anuncia a vacina como
uma grande propaganda política, a saúde em Curitiba está desassistida e faltam equipamentos
muito básicos, como é o caso na UPA Boa Vista.
Atendimentos aumentam, estrutura não melhora
Em 2020, o atendimento das nove UPAs de Curitiba aumentou 27%, de janeiro a agosto, quando comparado com o mesmo período em 2019. Foram cerca de 125 mil atendimentos a mais. O número mostra como a pandemia esgotou os servidores da saúde que já estavam cansados e sobrecarregados antes mesmo do novo coronavírus.
O dado é do Conselho Municipal de Saúde (CMS), que infelizmente não divulgou o número de atendimentos por UPA em 2020. Porém, com as denúncias dos servidores é possível ver além dos dados e perceber o cansaço físico e mental que vivem esses trabalhadores.