Em 21 anos, Greca foi prefeito de Curitiba duas vezes e para
garantir os dois mandatos, o desprefeito usou discursos vazios nos quais mostra
que seu maior objetivo na Prefeitura da cidade é a manutenção do seu poder. Em
1993, o desprefeito utilizou a suposta “inovação” para se eleger, mas, ao
contrário do seu discurso mentiroso, Greca passa longe de inovar. O desprefeito mantém uma política de “toma
lá, dá cá”, em que troca favores e coloca dinheiro no bolso dos
empresários, enquanto retira da mesa dos trabalhadores.
Se em 1993 já era assim, em 2017 nada mudou! Nas eleições de
2016, Greca utilizou um tom nostálgico com o mote “Volta, Curitiba”. Repetindo
a mesma política do passado, Greca continuou servindo aos desejos do
empresariado curitibano, já que dinheiro não é um problema quando se trata das
empresas de transporte público. Além disso, ele tentou ampliar a terceirização
da saúde para favorecer empresas privadas. E claro, tudo isso foi feito
enquanto retirava direitos dos servidores e servidoras do município e acabava
com os direitos sociais da classe trabalhadora.
Greca vem de uma das famílias mais ricas de Curitiba, que
tem perpetuado seu poder por meio de cargos e conchavos políticos com o grande
empresariado curitibano. Com seu discurso e suas ações, Curitiba deu mais um passo
rumo a um cenário de destruição do serviço público e da seguridade social,
cenário este que o desprefeito tem tentado promover desde 1993.
Nesta série, o SISMUC e o SISMMAC mostram como 21 anos
separam os dois mandatos de Greca, mas que a política tocada pelo desprefeito é
a mesma: a destruição dos serviços
públicos e o fim dos direitos sociais.
Amigo dos empresários do transporte, inimigo dos
trabalhadores
Em 1993, em um dos primeiros atos do seu mandato, aumentou a
passagem do transporte público em 18,2% – o maior percentual de reajuste da
história de Curitiba. Quando implantado, o transporte público de Curitiba não
tinha licitação e as famílias donas do transporte daquela época comandam e
recebem até hoje os lucros do transporte público.
Durante o segundo mandato, Greca aumentou a tarifa por duas
vezes, ganhando o título de prefeito responsável pelo maior aumento do valor da
passagem de Curitiba. De 2017 a 2019, o aumento foi de 17%. Ele também foi o
responsável pelo fim da domingueira, tarifa mais barata que ocorria aos
domingos.
E, como se não fosse suficiente, durante a pandemia o
desprefeito ainda liberou mais de R$ 180 milhões do chamado auxílio emergencial
às empresas de transporte. Além de ter sido aprovado às pressas, o projeto não
deixa claro o motivo pelos quais valores tão altos deveriam ser aplicados nas
empresas de transporte. Essa atitude mostra que Greca só considera
“emergencial” quando o dinheiro do município é usado para alimentar os cofres
das famílias milionárias da cidade.
A saúde da população nunca foi uma prioridade
Em 1993 os servidores da saúde já lutavam por melhores
condições de trabalho e de atendimento para a população. As reivindicações eram
pelas 30h semanais, reajuste salarial e também por mais contratações e melhores
estruturas. De acordo com a denúncia de um servidor, a primeira UPA 24h de
Curitiba – que completava dois anos de sua implantação – estava lotada e a
população tinha que permanecer horas nas filas durante a madrugada. Mesmo
assim, o desprefeito nada fez e ainda tentou declarar a mobilização dos
trabalhadores ilegal.
Em 2020, as denúncias dos servidores têm tido novamente o
papel de escancarar as cruéis consequências do desmonte da saúde pública
promovida por Greca. Em meio a pandemia, mesmo com altíssimo número de mortes e
com UTIs lotadas, a administração investiu R$ 56 milhões a menos em saúde do
que liberou para os empresários do transporte. Além disso, o desprefeito tem
colocado a vida da população e dos servidores constantemente em risco, já que
os testes e afastamentos de trabalhadores com suspeita de Covid-19 têm sido
dificultados pela administração.
Seis meses após o início da pandemia, a população se
encontra sem medidas de proteção coletiva e o isolamento social não existe mais
na cidade. Greca mais uma vez priorizou as vontades do empresariado, ignorou as
bandeiras que foram impostas pela própria administração e fracassou no combate
à Covid-19, deixando claro que a vida da população vale menos do que seus
conchavos políticos.
Piora na alimentação dos Curitibinhas
A segurança alimentar é um direito das crianças, entretanto
a alimentação delas vem esbarrando na negligência da Prefeitura e nos problemas
gerados pela terceirização. Os alunos, que são os usuários da política de
alimentação, não são ouvidos em relação à aceitação e à qualidade do que é
fornecido. Além disso, as escolas e CMEIs muitas vezes não possuem estrutura
adequada para servir os alimentos para as crianças.
Como se não fosse suficiente, a gestão Greca tem fechado os
olhos para a falta transparência por parte das terceirizadas. As notas fiscais
entregues à Prefeitura não possuem detalhamentos dos itens adquiridos como as
quantidades e a procedência dos alimentos.
Mas se engana quem acha que esse descaso começou agora. Em
1995, a gestão Greca foi acusada de superfaturar a merenda escolar. Para fugir
de cobranças, a administração exonerou todos os membros da Secretaria do
Abastecimento da época, porém, deixou de dar explicações claras à população.
Em 2020, em meio à pandemia, Greca tentou reduzir 200 gramas
do leite distribuído nos kits escolares, deixando de levar em consideração a
importância do leite para o fortalecimento das crianças. Com a denúncia dos
trabalhadores, o desprefeito voltou atrás. Porém, ainda cedendo à pressão das
empresas terceirizadas a administração retirou o óleo dos kits, sem se importar
com as necessidades da população.
Terceiriza os serviços públicos para privatizar
Em 1993, o discurso de economia nas costas dos trabalhadores
já fazia parte do vocabulário de Greca. Foi isso que aconteceu com o programa
Poupa Tudo, que terceirizava os serviços de limpeza das escolas com a desculpa
de “poupar” dinheiro público. Na mesma época, o desprefeito não poupava em
propaganda e marketing, inclusive, realizava uma caríssima festa de 300 anos da
cidade para se autopromover.
Em 2017, Greca só deu
continuidade ao seu plano de precarização e terceirização que começou 21 anos
atrás. Com o mesmo discurso de economia, o desprefeito tentou terceirizar a
saúde de Curitiba e ameaçou fazer o mesmo com a educação. Enquanto isso, gerou
gastos milionários com propaganda e asfalto.
Na pandemia, sentimos ainda mais os efeitos da terceirização
dos serviços públicos, os profissionais da limpeza, por exemplo, mal receberam
EPIs para trabalhar com segurança. Além disso, em alguns locais que precisam de
limpeza diária há apenas uma trabalhadora, gerando sobrecarga de trabalho. No
caso da terceirização da saúde, a UPA CIC – única unidade que Greca conseguiu
finalizar a terceirização – não possui pediatria, não realiza procedimentos
básicos como Raio-X e não recebe pacientes de alta gravidade, sobrecarregando
as demais UPAs da cidade.
Destrói direitos trabalhistas para tentar enfraquecer os
trabalhadores
Após terceirizar os serviços de limpeza, Greca não parou por
aí! Em 1994, aplicou o projeto Tudo Limpo, que contratava trabalhadores da
limpeza por baixos salários e realizava o pagamento somente depois de 45 dias.
Após esse prazo, muitas vezes esses trabalhadores eram demitidos. Seria esse o primeiro projeto de
contratação precarizada aplicado por Greca?
Em 2019, o desprefeito deu continuidade às maldades. Com o
apoio dos vereadores inimigos dos servidores, foi aprovada a contratação
através do Processo Seletivo Simplificado (PSS). Dessa forma, o desprefeito
tenta acabar com os concursos públicos e não pagar direitos trabalhistas para
os contratados. Além disso, seu objetivo é enfraquecer o funcionalismo, sem se
importar com as necessidades da população.
O descaso da gestão fica claro durante a pandemia em que
além de investir pouquíssimo na saúde, Greca deixou de chamar trabalhadores da
enfermagem concursados para realizar contratações precárias, com cargas
horárias de até 60h semanais e salários mais baixos. Esse é o projeto político que
o desprefeito defende: retirar dinheiro da mesa dos trabalhadores para colocar
no bolso dos empresários.
Persegue os Sindicatos para facilitar os seus desmandos
Em 1996, após grandes mobilizações dos servidores – que
conquistaram a data-base – Greca suspendeu as liberações do SISMMAC e do SISMUC
e cortou o salário dos dirigentes sindicais. Após o enfrentamento dos
trabalhadores, o desprefeito voltou atrás.
Mas, os trabalhadores sempre foram uma pedra no sapato de
Greca e seus desmandos. Após as intensas mobilizações de 2017, contrárias ao
pacotaço, e a greve geral de 2019, Greca quis enfraquecer a organização dos
trabalhadores. E, para isso, se aliou com o Bolsonaro em 2019, atacando a
liberdade de organização dos trabalhadores. Não é à toa que a MP 873/2019 – que
previa a proibição do desconto sindical em folha – foi enviada ao Congresso
logo após a desumana Reforma da Previdência.
Por ser ilegal, a medida não foi aprovada e perdeu a
validade. Mas Greca não desistiu! Em setembro do mesmo ano, o desprefeito
enviou para a Câmara de Vereadores um novo pacote de maldades. Para tentar
desmantelar a resistência dos trabalhadores, a organização sindical foi
novamente atacada reduzindo para seis o número máximo de dirigentes liberados.
Mesmo assim, os Servidores resistiram e continuam lutando lado a lado com os
Sindicatos.
A postura antissindical de Greca é a prova de que a
organização dos trabalhadores incomoda o desprefeito. E é por isso que, em
2020, os servidores têm uma tarefa importante de alertar a população sobre o
papel de Greca no desmonte do serviço público.
Não respeita o direto à greve
Conhecido por sua intransigência nas negociações com os
servidores, em 2017 o desprefeito usou da polícia, enquanto o braço armado do
Estado, para agredir os trabalhadores que se manifestavam contrários ao
pacotaço. O dia, que jamais será esquecido pelos servidores e servidoras, já se
repetiu no passado. Em 1993, quando os servidores protestavam pela data-base,
melhorias no serviço público e reajuste salarial – a defasagem salarial era de
300% – o desprefeito usou da violência policial para atacar os trabalhadores,
alguns foram parar no hospital.
A violência usada pelo desprefeito é uma velha conhecida dos
trabalhadores, já que todos os direitos trabalhistas – que agora tentam nos
arrancar – foram duramente conquistados com luta e organização. E é por isso
que Greca não assusta os servidores! Ainda em 1993 os servidores da saúde
tomaram as ruas de Curitiba. Em 1995, os servidores novamente se uniram em
greve e garantiram a data-base. E agora a história se repete: em 2018, os
trabalhadores saíram às ruas em greve geral e conseguiram barrar a Reforma da
Previdência. Em 2017 e 2019, mostraram ao Greca que não aceitariam seus pacotes
de maldades.
Nossa luta está só começando!
Nós não esqueceremos e não aceitaremos mais um mandato de destruição dos
serviços públicos. #VazaGreca #GrecaEsseÉSeuFim