O discurso eleitoreiro do desprefeito não esconde a
realidade que Curitiba enfrenta durante a pandemia do novo coronavírus. UPAs
lotadas e sem condições de manter distanciamento entre os pacientes, servidores
sobrecarregados e adoecidos, unidades de saúde fechadas e muitos locais de
trabalho da Prefeitura com surtos de contaminação.
Na última semana, Greca, em uma entrevista absurda de
autopromoção, chegou a afirmar que os mortos pela pandemia em Curitiba estão
agradecidos! Mas, que razões eles têm para agradecer? São 925 trabalhadores
e trabalhadoras que perderam suas vidas vítimas da Covid, uma taxa de
mortalidade de 0,73 por dia de acordo com levantamento feito pelo Plural,
número que é inclusive acima da taxa de mortalidade estimada para o vírus pela
Organização Mundial da Saúde (OMS), que é de 0,6. Ou seja, será que Curitiba
está realmente tão bem?
E, mesmo na bandeira laranja, o desgoverno flexibilizou o
isolamento com o número de casos em alta. Agora, com centenas de casos
novos confirmados a cada dia, Greca cedeu à pressão do empresariado e decretou
a reabertura de todas as atividades, instituindo a bandeira amarela no
município. Assim, o vírus continua livre para circular e fazer novas vítimas a
cada dia.
Será que os nossos doentes estão agradecidos a um desprefeito
que torrou o dinheiro público em asfalto e em propaganda, enquanto sucateou os
serviços públicos, inclusive as UPAs? Vale lembrar que a situação precária
do serviço público não é de hoje! É esse governo que já torrou R$ 1 bilhão com asfalto em seu mandato.
Só o dinheiro público torrado em asfalto seria suficiente para manter as nove UPAs da cidade
funcionando por mais de quatro anos, ou então, fazer 41 UPAs funcionarem
na cidade por um ano. Asfalto
não cura a Covid! E é por isso que, infelizmente, a cidade já se aproxima da
triste marca de mil mortes por coronavírus.
Isso
sem falar nos R$ 180 milhões destinados para socorrer os empresários do
transporte coletivo, que nada fizeram para aumentar a frota e evitar
aglomeração nos ônibus.
E o que dizer da negligência com os servidores que estão
na linha de frente?Entre essas vítimas, estava a servidora da Fundação de
Ação Social (FAS), Luciane Garcia Julionel, que adoeceu em serviço. Os
familiares de Luciane nada têm a agradecer à gestão que tem sido completamente
negligente com os trabalhadores da FAS. O desgoverno Greca não fornece os equipamentos
de proteção individual (EPI) adequados e não garante condições para medidas coletivas de
prevenção à doença nos locais de trabalho, mesmo com a cobrança dos servidores
em conjunto com os sindicatos.
Volta às aulas, só com vacina!
Com o interesse na sua campanha eleitoral, Greca também
chegou a afirmar que não pretende retomar as aulas presenciais. Só que, se até
o momento o desprefeito não cedeu à pressão das escolas particulares que querem
a todo custo expor as crianças a esse risco, é porque ele sabe que a pandemia
está longe de estar controlada na cidade e – como ele mesmo afirmou – liberar o
ensino presencial neste momento seria se transformar num “matador de
inocentes”.
Mas, será que parte da responsabilidade pelas vítimas
está tão longe assim do desprefeito? A falta de medidas de proteção e prevenção, que vão ainda
muito além dos exemplos relatados acima, já custou muitas vidas.
Se a Prefeitura
publicar um novo decreto essa semana prorrogando o retorno das aulas
presenciais, será graças a mobilização de mães e pais de alunos e da pressão feita
pelos servidores por meio da campanha contra as aulas presenciais realizada
pelo SISMUC e pelo SISMMAC. O retorno só deve acontecer com
segurança, ou seja, somente quando houver garantia de vacinas e de testes. Nenhum
protocolo de segurança menor que esse vai ser tolerado!
E é claro que os servidores e servidoras que sofrem com os
ataques constantes do Greca, que retirou direitos, persegue o funcionalismo e
ainda precariza o serviço público não caem mais nessa conversa fiada. É hora
de dizer: Vaza, Greca!