TCE acata denúncia dos sindicatos e suspende repasse a concessionárias

O
Tribunal de Contas do Estado do Paraná (TCE-PR) acatou o pedido dos
sindicatos e suspendeu o repasse milionário que o desprefeito Rafael
Greca tinha programado para as empresas do transporte coletivo de
Curitiba. O TCE concedeu medida cautelar suspendendo o repasse, em
função das irregularidades na Lei Municipal nº 15.627/2020,
aprovada pelos vereadores da base de apoio do prefeito para cobrir o
suposto prejuízo causado pela queda no número de passageiros
durante a pandemia do Coronavírus.

O
SISMUC e o SISMMAC, em conjunto com outras seis entidades que
participam da Plenária Popular do Transporte, assinaram a denúncia
protocolada no TCE – PR, questionado as irregularidades, como a
falta de dados sobre
os impactos
orçamentários
e a ausência de
indicação das fontes de recurso para o repasse milionário de R$ 20
milhões por 90 dias.

Na decisão, o TCE afirma “chega-se a conclusão que o município
de Curitiba, ao instituir, através da Lei n° 15.627/20, o Regime
Emergencial de Operação e Custeio do Transporte Coletivo para o
enfrentamento econômico e social da emergência em saúde pública
decorrente da pandemia da COVID-19, criou despesa (art. 9º de
referida Lei) a ser suportada pelo município sem, contudo, indicar a
origem dos recursos para custeá-la”. Ainda no documento, o
Tribunal afirma que o município negligenciou algumas determinações
da Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF). “O município, ao criar
despesa com a instituição do regime emergencial de operação e
custeio do transporte coletivo, deveria, no mínimo, ter estimado o
impacto orçamentário-financeiro no ano vigente e nos dois
subsequentes”.

A falta de previsão dos impactos financeiros é
uma clara violação ao Artigo 54 da Lei Orçamentária

Municipal (LOM),
na qual está expressa a obrigatoriedade de
apresentar as indicações da fonte de recurso e os impactos nas
contas do município, o que não foi feito em nenhum momento, nem
quando a Lei foi publicada no Diário Oficial, no dia 5 maio.

De forma arbitrária, o desprefeito atropelou a
legislação para garantir os recursos para os grandes empresários,
ao invés dar condições de trabalho adequadas para os servidores
municipais.
A falta de dados sobre os
impactos de ordem orçamentária no município e a ausência da
indicação das fontes de recursos podem representar uma carta branca
em favor das empresas concessionárias, conforme consta na denúncia.

A decisão é uma vitória da luta conjunta dos
trabalhadores
. O SISMUC e SISMMAC, que
acompanham as reais condições de trabalho dos servidores municipais
diante dessa crise sem precedentes no país, entendem que os recursos
poderiam ser usados para melhorar os serviços oferecidos para a
população de Curitiba e dar condições de trabalho adequadas para
os servidores municipais.

É no mínimo contraditório que a Prefeitura
aprove um auxílio emergencial aos empresários do transporte
coletivo e um empréstimo de R$ 60 milhões para o asfalto, ao mesmo
tempo em que é fornecido equipamento de proteção individual de
péssima qualidade aos servidores e a administração se recusa a
renovar contratos, deixando cerca de 600 professores com os salários
cortados pela metade
.

Também assinam a denúncia: o Sindicato Nacional dos Docentes das
Instituições de Ensino Superior (Andes-Sindicato Nacional),
Associação dos Professores da UFPR (APUFPR), Sindicato dos
Engenheiros do Paraná (Senge/PR), Sindicato dos Trabalhadores em
Urbanização do Paraná (SindiUrbano/PR), APP-Sindicato dos
Trabalhadores em Educação Pública do Paraná e Sindicato dos
Empregados em Estabelecimentos bancários, financiários e empresas
do ramo financeiro de Curitiba e Região.


Seguimos firmes na luta!

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