Sindicato reforça cobrança para que todos os servidores da saúde utilizem EPIs

A direção do SISMUC reivindicou, mais uma vez,
equipamentos de proteção individual e coletivo para todos os trabalhadores da
saúde que terão contato com a população nas unidades básicas e de pronto
atendimento.

Apesar de afirmar que está organizando a distribuição de
kits de higiene, como máscara, luvas e álcool gel para todas as unidades de
saúde, a gestão afirmou que o Paraná ainda não está em fase de transmissão
comunitária,
quando há
contágio de pessoas que não viajaram para o exterior e nem tiveram contato com
um caso confirmado.

Entretanto, os sindicatos defendem que o governo não tem
como afirmar que não estamos nessa fase, já que pessoas com sintomas não estão
sendo testadas,
apenas colocadas em isolamento. Ou seja: não é mais possível saber qual foi a
origem de cada infecção.

Por isso, mesmo com a Prefeitura afirmando que ainda não
estamos nesse estágio da epidemia, e a própria Secretaria Municipal de Saúde
orientando as chefias para que não haja uso de máscaras, os sindicatos
reforçarão a cobrança para que todos tenham acesso a máscaras e demais
equipamentos de proteção.

Trabalhadores com doenças graves

A Prefeitura ainda não sabe quais são as comorbidades,
doenças associadas a outros fatores, que terão direito a afastamento do
trabalho. O SISMUC e o SISMMAC cobraram para que a administração libere o
quanto antes essa listagem para que os servidores possam realizar o
afastamento.

Aqueles servidores que possuem alguma doença grave e que
ainda não conseguiram atestado médico, devem procurar uma unidade de saúde e
pedir para o enfermeiro ou enfermeira fazer uma declaração de sua comorbidade. Esse
documento servirá como atestado e poderá ser levado até a Perícia Médica.

Trabalhadores com 60 anos ou mais

A administração assumiu o porquê de terem sido considerados
grupos de risco apenas os servidores com 65 anos ou mais. O motivo é que há
mais de 700 trabalhadores lotados em unidades de saúde entre 60 e 64 anos.

Os sindicatos reivindicaram que esses profissionais fossem
afastados imediatamente, mas, caso a Prefeitura não acate, que pelo menos sejam
mantidos fora da linha de frente de atendimento aos infectados com Coronavírus.
Os servidores da saúde e
da assistência com doenças respiratórias também deveriam ser afastados.

A Prefeitura esclareceu que, hoje, não é possível fazer esse
afastamento, mas que orientará os servidores a não estarem em contato direto
com a população infectada. Segundo a administração, as mudanças estão
acontecendo de hora em hora e esse encaminhamento pode mudar a qualquer
momento, conforme o desenvolvimento da epidemia em Curitiba.

Consultas eletivas

Segundo a SMS, os procedimentos eletivos sem urgência estão
sendo canceladas por telefone. A odontologia só deverá atender apenas casos
emergenciais.

Férias e licenças

O
decreto nº 430 prevê a suspensão das férias e licenças-prêmio sem vencimento marcadas
pelos trabalhadores da saúde e da Guarda Municipal. Já os benefícios concedidos
de forma automática pelo município serão mantidos.

Preparação para momentos de pico e repasses do governo
federal

De
acordo com a administração municipal, não há limitações financeiras para
o combate ao Covid-19 até o momento. Segundo informações, Curitiba recebeu um
repasse de R$ 2 por habitante especificamente para a epidemia, o que representa
um montante de R$ 4 milhões.

A expectativa é que o município possa ter de 20 a 200 mil
casos e, conforme relatos dos demais países, 15% desse total poderá vir a
desenvolver quadro de moderado a grave.

A administração municipal não soube precisar quantos leitos
Curitiba já tem preparados para receber pacientes infectados pelo Coronavírus.
Entretanto, reforçou que caso a rede pública não dê conta dos internamentos,
solicitará leitos à rede privada.

“Servidores públicos são essenciais”, afirma superintendente
da Secretaria de Saúde

Como já vimos, grande parte da reunião entre sindicatos e
Prefeitura na manhã desta quinta-feira (19) serviu para apresentar as
reivindicações daqueles que são linha de frente do combate ao Coronavírus: os
trabalhadores da saúde.

Agora, a mesma gestão que nos últimos três anos empenhou
esforços para terceirizar a área da saúde e precarizar os serviços, afirma com
todas as letras o quanto os servidores da saúde são essenciais para a
população.

Não à toa, a Prefeitura tem encontrado dificuldade para
contratar médicos via Processo Seletivo Simplificado. De acordo a
superintendente executiva da Secretaria Municipal de Saúde (SMS), Beatriz Nadas,
dos cerca de 50 profissionais entrevistas ontem (18), 44 recusaram a oferta.

Como acreditamos firmemente de que, sim, os servidores
municipais da saúde são fundamentais em qualquer cenário, estamos atuando para
garantir que estes tenham todas as ferramentas e condições para melhor atender
a população, com o mínimo de exposição necessária. Seguimos firme no combate ao
Coronavírus e em defesa dos serviços públicos e do SUS!