A luta contra o genocídio da população
negra e pobre promovido pelo Estado burguês é cada vez mais urgente. Hoje,
dia 20 de novembro, Dia da Consciência Negra, é impossível ignorar o racismo
existente no Brasil. Nossa realidade nos mostra isso todos os dias, das
maneiras mais cruéis e evidentes possíveis.
Na política, nosso país é governado
por um grupo que fomenta o racismo, a LGBTfobia, a violência de gênero, a
divisão de classes e a intolerância religiosa.
De acordo com o Atlas da Violência
2018, editado pelo Instituto de Pesquisa Econômica (Ipea), a desigualdade
racial no Brasil se expressa explicitamente em relação à violência letal e às
políticas de segurança pública.
Os negros, e principalmente os homens
negros, são o perfil mais frequente das vítimas de homicídio no Brasil. São os
negros as principais vítimas da ação letal das polícias e o perfil predominante
da população prisional do país.
A situação das mulheres negras também
é grave: a taxa de homicídio entre elas “foi 71% superior à de mulheres
não negras”. Os homens, no entanto, continuam sendo as maiores vítimas da
violência.
Mulheres e homens negros estão entre
os mais desassistidos pelo Estado em relação à oferta de serviços públicos
básicos. As condições socioeconômicas de vulnerabilidade e o racismo
institucional ajudam a explicar a mortalidade. Os anos de escravidão e de
embranquecimento promovidos em nosso país também contribuem para essa
explicação.
A data: Iê, viva Zumbi!
Zumbi comandava as tropas do quilombo
governado por Ganga Zumba. Em 1678, liderou um conflito interno, alcançou a
liderança do quilombo dos Palmares, e combateu os portugueses durante 14 anos.
Palmares reuniu uma população de mais
de 20 mil palmarinos (nativos de Palmares).
Após longas batalhas, Zumbi saiu ferido
e acabou morto com vinte guerreiros, em 20 de novembro de 1695.
Teve a cabeça cortada, salgada e
levada ao governador Melo de Castro. A luta de Zumbi não foi em vão! O 20 de
novembro, dia nacional da Consciência Negra é uma data escolhida para homenagear
o personagem histórico que representa a luta de resistência contra a
escravidão.
Desde 1500
Tem mais invasão do que descobrimento
Tem sangue retinto pisado
Atrás do herói emoldurado
Mulheres, tamoios, mulatos
Eu quero um país que não está no
retrato
Brasil, teu nome é
Dandara
E a tua cara é de cariri
Não veio do céu
Nem das mãos de Isabel
A liberdade é um dragão
No mar de Aracati
Samba-enredo da Mangueira – 2019
Violência e racismo institucional – Mulheres
“Em uma sociedade racista, não basta não ser racista. É necessário ser antirracista” – Angela Davis
– Mais de 60% das mulheres assassinadas no Brasil são negras
– Em nosso país, 13 mulheres são assassinadas por dia, 8 delas são negras
– Em números absolutos, o percentual de homicídio feminino aumentou 60,5% de 2007 a 2017 entre as mulheres negras, entre as não negras esse número é de 1,7%
– A violência obstétrica atinge uma em cada quatro melhores no Brasil, 66% das vítimas são negras
– 63% das vítimas de mortalidade materna são negras
– O Brasil tem a 4ª maior população carcerária feminina do mundo, 62% são negras
– A taxa de desemprego é de 17% entre as mulheres negras e 11% entre as mulheres brancas
– O rendimento médio mensal das mulheres brancas é de R$ 2.529,00, já entre as mulheres negras é de R$ 1.476,00
Fonte: Atlas da Violência 2019, Revista AzMina, Levantamento do economista Cosmo Donato a partir dos dados PNAD, DataSUS e outros