A autorização do Conselho Municipal de Saúde para
contratação emergencial de médicos para atender as vagas não preenchidas por
aprovados em concurso público é mais uma prova do desmonte dos serviços
públicos promovido pela gestão Greca. Os salários baixos, o congelamento das
carreiras, a falta de estrutura para atendimentos e falta de segurança nos
equipamentos são fatores que contribuem para afastar os profissionais do
serviço público, deixando a população desassistida em suas necessidades
básicas. O SISMUC e demais instituições
de defesa dos trabalhadores estão estudando as providências cabíveis para
barrar tamanho retrocesso.
A proposta para contratação emergencial de médicos
terceirizados para a atenção primária foi apresentada pela secretária Márcia Huçulak durante reunião do Conselho, realizada na
quarta-feira (10), com argumento de que esgotou o banco de aprovados nos
concursos mais recentes: de 78 médicos convocados, 13 foram nomeados no começo
de abril. A proposta é realizar a contratação pela Fundação Estatal de Atenção
Especializada em Saúde (FEAES), que também faz processo de seleção, o que
duraria cerca de 60 dias. Até lá as unidades de saúde continuam sem médicos e
os profissionais sem valorização.
Não surpreende o desinteresse dos médicos em assumirem as
vagas em unidades de saúde que sofrem assaltos frequentes, que exigem longo
trecho de deslocamento e ainda chegam em locais que não oferecem instrumentos e
estrutura mínima para realizar os atendimentos. A contratação emergencial vai
aumentar a rotatividade de médicos sem oferecer atendimento adequado para
população, pois sem garantia de direitos, os profissionais não se estabelecem
nas unidades e não criam vínculos com a comunidade a ser atendida.
O que nos surpreende é a administração acreditar que vai
conseguir preencher as vagas com contratos precários, sem oferecer plano de
carreira e sem respeito aos
trabalhadores. Não vamos aceitar mais esse retrocesso! Quem sai perdendo é a
população!