Pode até parecer estranho, mas o prefeito Greca, a partir da
aprovação do pacote de ajuste fiscal, em 2017, não havia transferido a data-base
do serviço público municipal para o mês de outubro?
Pois é. Só que, para os trabalhadores, essa medida foi
totalmente injusta, mantém por mais tempo os salários congelados e sem
reajuste.
Por conta disso, o sindicato hoje, às 16h, concentrou-se na
frente da prefeitura para protocolar a pauta geral da categoria, composta por
37 itens de reivindicação.
A simples assinatura não foi tão fácil. Os representantes
foram recebidos apenas no hall do prédio oficial, pela representante da
Secretaria de Governo Municipal (SGM), Jocelaine Moraes de Souza. Apenas quatro representantes
entraram. As demais servidoras e lideranças ficaram do lado de fora.
“Pela apresentação da prestação de contas na Câmara, onde a
prefeitura mostrou superávit, entendemos que é possível antecipar a data-base
do reajuste salarial”, argumenta Irene Rodrigues, coordenadora-geral do
sindicato, complementando que a cidade está longe do teto dos gastos com
funcionalismo permitido pela Lei de Responsabilidade Fiscal.
Carro-chefe da campanha
“Em março completamos dois anos sem reposição salarial. Temos que
unificar a luta, o mote da nossa campanha é ‘Mexeu com você Mexeu comigo’, porque
um servidor sem condição afeta diretamente a população. A precarização atinge a
população, como por exemplo, estagiários substituindo profissionais”, afirma Adriana Claudia
Kalckmann, coordenadora do Sismuc.
A análise da entidade sindical é de que um dos carros-chefes
da campanha neste ano é a derrubada do “Pacotaço”, o famoso pacote de ajuste
fiscal de Greca, o que está diretamente ligado ao ponto sobre o reajuste
salarial.
“Pretendemos fazer um debate aprofundado sobre o que é o
serviço público em Curitiba neste momento. Queremos discutir com a população a
melhoria da saúde, da assistência social, da educação, para que acontecimentos
como as enchentes do último final de semana não venham a se repetir”, aponta
Irene.