Municipais aprovam greve para dia 18 e mobilizações nas regionais

Os servidores municipais de Curitiba aprovaram greve a partir do dia 18 de abril. A paralisação é contra o Pacote de Maldades do prefeito Rafael Greca (PMN), que enviou projetos de lei à Câmara Municipal de Curitiba. Os textos congelam os salários dos municipais até novembro e sem determinar o valor de reajuste, suspende planos de carreira, aumenta a contribuição do Instituto de Previdência Municipal de Curitiba (IPMC), além de tentar sacar R$ 600 milhões.

Os protestos também são contra o aumento de impostos sugeridos pelo governo municipal. Greca quer aumentar a tarifa do Imposto sobre Transmissão de Bens Imóveis (ITBI) nos valores de 2,4% para 2,7% em imóveis no valor entre R$ 140 mil a R$ 300 mil. A medida poupa os mais ricos do aumento de impostos. O prefeito também quer cobrar dos mais pobres, aumentando o IPTU e cobrando a taxa do lixo de famílias isentas.

 A coordenadora geral do Sismuc Irene Rodrigues destacou a necessidade de “abrir a conversa com todos os segmentos que trabalham na prefeitura. A ideia é fazer um movimento geral. Não temos a intenção de prejudicar a população. Só vamos mostrar nossa indignação diante de uma gestão que fechou todos os espaços de diálogo”.

Durante a assembleia, também ficou definida a necessidade de construir uma greve geral com os demais sindicatos municipais de Curitiba. As outras entidades devem realizar suas assembleias para confirmar a mobilização em conjunto. No encontro de hoje (31), em frente à Câmara Municipal, os municipais definiram um encontro no dia 17 para reafirmar a paralisação por tempo indeterminado.

A reunião ficou marcada por severas críticas ao prefeito Rafael Greca. Ele tem sido acusado de ser autoritário, uma vez que não recebeu os sindicatos antes de encaminhar os projetos ao legislativo municipal. A postura de Greca é questionada pela coordenadora geral:

“Ele não pode ficar colocando adjetivos nos servidores. Greca diz que as pessoas inteligentes iam concordar com o pacotaço. Nós somos inteligentes, por isso estamos reclamando”, alfinetou.

Poupando Donos da Cidade

Por outro lado, o prefeito Rafael Greca não apresentou, nos doze projetos, nenhum tipo de moratória para os credores da Prefeitura de Curitiba. A ideia de Greca é “premiar” – pagamento primeiro – quem dá desconto para o município. “O interessado que propuser melhor desconto à dívida do Município terá seu crédito satisfeito à vista”, resume a mensagem enviada por Greca ao Legislativo.

O gestor, que se reuniu com empresário ontem para pedir apoio às medidas que punem servidores e população, também não apresentou nenhum projeto que faça os mais ricos aumentarem sua contribuição. Propostas como IPTU progressivo não foram incluídas no pacotaço. Curitiba, por exemplo, tem atualmente R$ 5 bilhões para ser recebido de empresas e pessoas físicas.

Mobilizações

Uma das ideias é realizar atividades nas regionais de Curitiba. Os atos devem distribuir edições do Jornal Curitiba de Verdade em que os Projetos de Lei que retiram direitos dos servidores e aumentam impostos para população mais pobre são detalhados. As manifestações ocorrem no Fazendinha, CIC, Portão, Bairro Novo, Tatuquara, Cajuru, Boa Vista, Matriz, Boqueirão e Carmo.

Banca na RUA XV

Outra manifestação é a instalação de uma Banca na Rua XV, no Centro de Curitiba. Nesse local, a direção do sindicato e os servidores vão explicar para a população o Pacote de Maldades de Greca e que alternativas podem ser utilizadas para enfrentar a falada crise financeira de Curitiba.

Coletivos

Os coletivos por categoria também devem ser antecipados para a próxima semana. A intenção é organizar os trabalhadores e mobilizar para assembleia geral conjunta com outros sindicatos no dia 17 de abril. Durante os coletivos devem ser eleitos cinco membros que devem compor o comando geral da greve.
Ele não pode ficar colocando adjetivos nos servidores. Greca diz que as pessoas inteligentes iam concordar com o pacotaço. Nós somos inteligentes, por isso estamos reclamando

Vereadores de Curitiba já rejeitam pacote de Greca

Os vereadores têm manifestado rejeição ao pacotaço. Eles têm sido pressionados por servidores e pela população. O contato tem sido feito por listas de e-mail, Facebook e até por grupos de Whatsapp. Em um desses grupos, a vereadora Fabiane Rosa disse ser contra o ajuste fiscal que retire direitos e que ainda afogue o diálogo. Para ela, o país atravessa um momento econômico delicado, contudo, as medidas não podem ser direcionadas apenas aos servidores públicos, categoria que integra.