Ataques aos regimes previdenciários é foco da luta dos municipais

O Congresso da Fessmuc,
que conta com a participação de 125 delegadas e delegados, avaliou os desafios
dos municipais neste ano eleitoral e o combate às pautas conservadoras no país.
Graça Costa, da CUT nacional, destacou a importância de os servidores assumirem
o protagonismo neste cenário de crise institucional.

“Vocês têm a
oportunidade de disputar a conjuntura estadual e nacional. Se, de um lado, a
presidência da República foi eleita pela classe trabalhadora, de outro, o
Congresso é um dos mais conservadores desde 1964. Nessas Casas tramitam dez
projetos extremamente ruins para os trabalhadores. Um deles, de Tasso
Jeressatti (PSDB), abre espaço para privatização e terceirização. É um ataque
frontal ao serviço público”, alerta Graça.

Já a
presidenta da Confetam, Vilani Oliveira, destacou que é necessário virar o jogo
da pauta conservadora e ir pra cima dos inimigos da classe trabalhadora. “Em
abril, no Congresso Nacional, nós vamos lançar a plataforma dos municipais,
dialogando qual é o futuro que queremos, mostrar qual é a cidade que queremos.
Pois temos que nos preocupar não apenas com nossas pautas, mas com interesse
coletivo de todas as pessoas”, incentivou.

Além do
enfrentamento da agenda conservadora nacional, a pauta estadual também deve ser
enfrentada pelos municipais, no entendimento de Regina Perpétua Cruz,
presidenta da CUT-Pr. Ela citou a importância do Fórum 29 de Abril no enfrentamento
de políticas que buscam tirar direitos dos servidores, como fez o governador
Beto Richa (PSDB). Ela ainda destacou a força dos municipais dentro da CUT, uma
vez que são o terceiro maior ramo dentro da Central.

Defender a
previdência

As discussões
se concentraram bastante na necessidade de proteger as previdências municipais
e combater a Reforma da Previdência proposta pelo governo federal. “Vivemos uma
conjuntura difícil. A CUT é contra qualquer reforma, como da previdência, que
retire direito contra trabalhadores e mulheres. Esse congresso deve aprovar uma
moção de repúdio contra qualquer iniciativa neste sentido”, ressaltou Regina
Cruz.

Na mesma
linha foi o deputado estadual Tadeu Veneri. Para ele, os trabalhadores
novamente estão pagando pelos privilégios e isenções dadas aos mais ricos. Tadeu
defende a necessidade de travar essa luta: “Precisamos discutir o assunto. 50%
do rombo da previdência são oriundos de não recolhimento de impostos, dos
isentos. Diversas áreas são isentas, como exportação, pequenas empresas,
filantropia etc. E quem paga por essa isenção é o trabalhador. Portanto, isso é
um ponto a ser debatido. Não tem o menor sentido, por exemplo, que as taxas de
loterias não recolham para a seguridade social. E por aí vai porque um bando de
rico não paga a previdência e depois consegue diversas isenções”,
completa.

Quanto à
análise de conjuntura, o deputado destacou que o governador Beto Richa tenta
reconstruir sua imagem com o dinheiro descontado da previdência estadual. “80%
dos recursos do Governo do Paraná vêm da previdência dos servidores estaduais”

Já Junéia
Martins Batista, que é assistente social e servidora municipal de São Paulo,
destacou que a crise econômica se misturou à política. “Os deputados não estão
preocupados com o povo ou seus eleitores, mas apenas com o capital que
patrocinaram suas campanhas. O Brasil está refém da bancada BBBA – boi, bala,
bíblia”. Ela também convocou os municipais contra a Reforma da Previdência:
“Nós vamos para cima da Dilma em 31 de março, pois ela não tem feito o governo
que nós elegemos. Vamos dizer não a qualquer ajuste da previdência”.

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