O Sismuc reforça a convocação do Movimento Antimanicomial para tomar as
ruas hoje (17) às 13:30 na praça Rui Barbosa. O ato MANICÔMIOS NUNCA MAIS foi
convocado para ocorrer em meio ao Fórum dos Trabalhadores dos Centros de
Atenção Psicossocial (Caps), que acontece na Rua da Cidadania.
A manifestação é convocada frente à nomeação do psiquiatra Valencius
Wurch, ligado à bancada dos manicômios. Na quinta-feira passada (10), o ministro
da saúde, deputado Marcelo Castro (PMDB-PI), anunciou Wurch como coordenador-geral
de Saúde Mental, Álcool e outras Drogas. O nome foi revelado em audiência
pública com representantes de 656 entidades de saúde e movimentos sociais
ligados à luta contra os manicômios.
De 1994 a 2000, o psiquiatra foi diretor-técnico da Casa de Saúde Dr.
Eiras, em Paracambi, na Baixada Fluminense, região metropolitana do Rio de
Janeiro. A Dr. Eiras foi o maior hospital psiquiátrico de administração privada
da América Latina.
Essa relação escancara a postura do novo ministério, que foi negociado
pela Presidência da República frente à ameaça de perda de apoio por parte do
PMDB. A nomeação do psiquiatra representa, para os movimentos sociais da saúde,
um grande retrocesso. Vale dizer que Valencius Wurch era assumidamente
contra a Reforma Psiquiátrica. Em entrevista ao Jornal
do Brasil, publicada em 7 de junho de 1995, ele criticou os
fundamentos do marco regulatório da Política Nacional de Saúde Mental.
Em tempo, foi somente no ano
de 2001, após 12 anos de tramitação no Congresso Nacional, que a Lei Paulo
Delgado foi sancionada no país. A Lei Federal 10.216 redireciona a assistência
em saúde mental, privilegiando o oferecimento de tratamento em serviços de base
comunitária, além de dispor sobre a proteção e os direitos das pessoas com
transtornos mentais. É no contexto da promulgação desta lei e da realização da
III Conferência Nacional de Saúde Mental que a política de saúde mental do
governo federal, alinhada com as diretrizes da Reforma Psiquiátrica, passa a
consolidar-se, ganhando maior sustentação evisibilidade.
Agora, com um ministro que considera que a
atual gestão da saúde mental “exagerou na direção política e ideológica do
campo”, teremos o representante dos manicômios à frente da política nacional de
saúde mental. E, por isso, os movimentos sociais compreendem que é fundamental
tomar as ruas.
Serviço
MANICÔMIOS
NUNCA MAIS
Data:
17 de dezembro de 2015
Hora:
13:30
Local:
Praça Rui Barbosa