Gestão volta atrás em pautas dos fiscais

A expectativa
para a mesa de negociação de sexta (6) era grande. Afinal, o último encontro
com a gestão foi em 26 de maio
. Entretanto, tudo que o sindicato avançou
naquele mês, agora a gestão retrocedeu.

A
administração municipal havia se comprometido, por exemplo, com a adoção de
duplas de fiscalização. Proposta a ser construída em Grupo de Trabalho (GT) que
se reuniria na segunda semana de julho. O que nunca chegou a ocorrer.

O discurso
agora é outro e a resposta da Prefeitura é apenas que as secretarias poderão
ser orientadas a realizar ações em dupla no período noturno. Resposta
considerada insuficiente pelos representantes sindicais – tanto porque a mera
orientação não obriga as secretarias bem como porque a demanda é por duplas em
todas as ações e não somente à noite.

“Nós vamos
responsabilizar a Prefeitura de Curitiba por qualquer dano físico ou material
decorrente da atuação profissional. Já negociamos que não se trabalharia
sozinho. Isso é um retrocesso”, afirmou Irene Rodrigues, coordenadora do
Sismuc.

Em maio, a
gestão reconheceu a reivindicação e se comprometeu a construir, no GT, uma
proposta de normativa que determinasse a fiscalização em duplas em todas as
secretarias.

Cartão funcional x qualidade

Além disso,
a conversa anterior apontava para a padronização de uma identificação distinta
do Cartão Qualidade para o cargo de Fiscal.

Hoje, este cartão
é utilizado como identificação funcional, que fiscais apresentam na execução de
suas tarefas. Entretanto, também é um cartão de crédito, com chip, o que cria
uma série de distorções ao ser duplamente utilizado.

Por conta do
risco inerente ao cargo, a identificação pode ser roubada, furtada e danificada.
Além do trabalhador ser obrigado a pagar pela segunda via, havendo prejuízo em
dobro.

“Eu fiquei
refém uma vez. O autuado não acreditou em minha identificação e tive que ficar
uma hora refém até a chegada da Polícia Militar”, relata uma fiscal da
secretaria de meio ambiente.

A pauta é
reivindicada pelo Sismuc desde 2013. Na mesa de hoje, o pedido foi negado, sem sequer
a apresentação de um prazo para rediscutir a questão.

Gratificação por risco

“Não”,
responde a gestão ao pedido do Sismuc para estender a gratificação já recebida
por fiscais da secretaria de urbanismo, isonomicamente, para os trabalhadores
do mesmo cargo em outras secretarias.

“Não é política
desta gestão criar novas gratificações. Mas podemos estudar a melhoria dos
vencimentos básicos. Só que para tanto é preciso formular plano de carreira,
descritivo de funções e outras questões prementes”, conclui Aurélio Zito
Schwartz Nicoladeli, superintendente da secretaria de recursos humanos.

Melhorias no ambiente de trabalho e
EPIs

Banheiros e
locais para troca de roupa deverão ser reformados em 2016, de acordo com o
superintendente. Mas o avanço parou por aí. A gestão argumenta que faz sim a compra
dos equipamentos necessários. Mas o documento apresentado para comprovar isso
demonstrou que, na verdade, a oferta não atende à demanda.

“Nosso decibelímetro é uma piada. Contamos com
a ignorância do autuado para fazer nosso trabalho. Sem condições de trabalho,
estamos brincando de fiscalização”, critica outra fiscal da secretaria do meio
ambiente, também presente na mesa.

A
administração ficou de enviar o documento com a descrição dos últimos itens ao
sindicato. Por enquanto, mais um ponto não acordado.

Escalas de trabalho

A gestão
defende que cabe a cada secretaria, de acordo com suas especificidades,
estabelecer as próprias escalas de trabalho. Mas os representantes sindicais
reivindicam que exista um planejamento das escalas, com alguma antecedência. “Existe
assédio moral e perseguição. São fatos que se expressam na própria organização
das escalas de trabalho, inclusive”, critica Irene.

Mas a gestão
se nega a estabelecer critérios técnicos para definir quem fará horas-extras em
escalas e quem não, nos casos em que há mais de um trabalhador apto. Principalmente
o representante da secretaria de urbanismo, que não acredita na existência de
perseguição no serviço público municipal. Assim, outro item não acordado.

Horas-extras x DSR

Na
secretaria de urbanismo, no mês de outubro, as horas-extras foram convertidas
em descanso semanal remunerado (DSR). Segundo a coordenação do Sismuc, o
procedimento é ilegal e deve haver compensação previdenciária. O representante
da secretaria de urbanismo se comprometeu a dar resposta em até 15 dias,
portanto até o dia 20/11.

Remanejamento

Item não
acordado. Sindicato pede criação de procedimento. Gestão nega.

Descritivo de funções

Foi
novamente decidido pela criação de grupo de estudos com representantes dos
trabalhadores para rever o descritivo de funções atual e construir nova
proposta.

Diferente do
GT criado em maio, este novo grupo não tem prazo para iniciar os trabalhos. Por
outro lado, aquele tinha e a gestão não deu andamento. Portanto, para que sejam
encaminhadas as pautas, será necessária a mobilização dos trabalhadores.

Clique aqui para ler a Pauta Específica 2015 dos Fiscais.

Ata da Reunião de Negociação dos Fiscais 06.11.2015

Alguém que se comprometeu conosco formalmente, que assinou a nossa Carta Compromisso, com as nossas pautas, ou alguém que poderá trabalhar contra a gente?   Está chegando a hora de escolher quem vai administrar a Prefeitura e a Câmara Municipal

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