Sismuc denuncia possível redução de vagas em berçário nos cmeis

O Plano Nacional da Educação prevê a obrigatoriedade de
matrícula de crianças entre quatro e cinco anos. A Prefeitura tem a obrigação
de colocar a medida em vigor já em 2016. No entanto, para isso, a gestão está reduzindo
vagas de atendimento no berçário, em pelo menos 26 cmeis, de acordo com
levantamento do Sismuc.

“A Prefeitura está tentando se adequar criando um novo
problema, que é a falta de vagas para esta faixa etária de zero a um ano e oito
meses”, critica Jonathan Ramos, coordenador do Sismuc.

Há uma preocupação de especialistas e professores da educação
infantil sobre como fica o atendimento também para faixa de idade de quatro a
cinco anos.

“Estamos preocupadas com a redução de atendimento de zero a
vinte meses e, também, sobre como será a metodologia do atendimento da PMC para
crianças de quatro a cinco anos”, completa Soraya Cristina, “pois essas podem
ser atendidas em meio período na escola”, complementa.

Ministério Público
estima necessidade de 120 cmeis

Em audiência pública recente, o Ministério Público do Paraná estima
que a demanda por novas vagas alcança 15.885 mil crianças, de quatro a cinco
anos, o que exigiria da Prefeitura a construção de cerca de 120 novos
equipamentos para dar conta da demanda total por vagas para crianças na cidade.

O Sismuc tem feito debates e levado o tema para a sociedade,
por meio de audiências públicas, entrevistas para veículos de imprensa em
frente aos cmeis, para verificar a situação, ao lado de abaixo-assinado organizado
pelos professores, reforçando denúncia do Ministério Público sobre o tema.

O objetivo dessa luta também é apontar a falta de
profissionais, a chamada dos já concursados e a realização de novo concurso.

Pressão dos moradores. Uma carta

A pressão vem também dos moradores dos bairros, como é o caso de Railane Batista Ferreira, que buscou vagas em pelo menos três cmeis na região do Sítio Cercado, sul de Curitiba. Ela espera uma vaga há um ano e quatro meses, segundo consta na carta que escreveu ao sindicato e entregue também no Conselho Tutelar. E que diz, num de seus trechos:



“Eu parei de trabalhar por que quem cuidava do meu filho era minha mãe e agora ela está trabalhando”, afirma.