No domingo, resolvi levar minha filha para mais uma vez visitar o jardim zoológico de Curitiba, aproveitando também o domingo ensolarado. Na real, era mais uma necessidade: o fim de julho e o salário esgotado do mês não me permitiam qualquer outra opção de consumo ou de um lugar que cobrasse pela entrada.
Aparte os gastos com deslocamento, o zoológico mostrou-se novamente uma opção gratuita e, ao mesmo tempo, educativa, que dialoga com uma série de conteúdos que minha filha de seis anos aprende na escola, desde a escrita do nome dos animais até a classificação entre mamíferos, répteis etc.
Certamente, o zoológico é o parque mais popular de Curitiba, em uma capital onde urbanismo foi organizado, ainda nos anos 1960, dividido entre uma cidade A e outra cidade B. A maioria dos parques fica na cidade A, no centro e nos bairros ricos. A extensão da canaleta da avenida Marechal Floriano Peixoto é o começo da cidade B.
Há um certo orgulho em ver como o parque, no geral, é bem cuidado e isso vem do trabalho dos servidores. Reformas recentes foram feitas. Claro, sempre há muito a se fazer e o sindicato tem conseguido caminhar fazendo a crítica certa. O importante é perceber como a força de pressão do Sismuc garantiu até agora que o zoológico não seja abandonado para, logo depois, ser vendido.
Os governantes aplicam sempre esse mesmo método com os serviços essenciais, como já aconteceu com a água, telefonia, energia elétrica, que são destruídos para ao final acabar sob controle de investidores internacionais.
No plano nacional, é importante estarmos atentos porque o debate sobre as privatizações sempre volta com força. Na atual situação política e econômica do país, o programa neoliberal coloca como alternativa privatizar recursos, empresas e todos os setores de nossas vidas.
Por exemplo, o Projeto de Lei do senador José Serra (PSDB), em pauta no Senado, busca alterar a exploração do petróleo na camada do pré-sal, rompendo com a participação obrigatória da Petrobrás. E sabemos que os recursos do pré-sal são um passaporte para investimentos em Educação. Porém, o bombardeio constante nos noticiários contra a principal estatal brasileira tem causado o chamado “desinvestimento” nessa área promissora.
Outro exemplo: o alto custo da energia elétrica no Brasil, uma das mais caras do mundo para o consumidor, são mais um dado de que as privatizações custam caro aos trabalhadores e não oferecem o serviço prometido.
É preciso retomar em alto e bom som o sentido do público, da comunidade, do que é de todas e todos. Os trabalhadores e o povo têm direito a acessar serviços públicos de qualidade, ampliando sempre a esfera de acesso a serviços de saúde, lazer e educação. Se isso ocorresse o resultado seria a melhoria de vida que tanto queremos. Lutar nas ruas por saúde e educação sem esse princípio é levantar palavras vazias.
Os servidores municipais sabem disso, afinal são os que fazem o seu trabalho pensando no público. Mecanismos como privatizações e terceirizações apenas tornam a vida mais estreita.
Para todos, tudo.