Fórum 29 de abril realiza espaço de planejamento

Representantes de movimentos
sociais, entre os quais MST, MAB e MPM, e representantes de centrais sindicais,
caso da CUT, CTB e Nova Central, ao lado de sindicatos, organizações
estudantis e de direitos humanos, entre outros, reuniram-se em Curitiba para seguir na construção do Fórum 29 de
abril, um espaço de unidade dos movimentos sociais e de partidos de esquerda.

No Paraná, este espaço surgiu um
dia depois do massacre promovido pelo governo Beto Richa (PSDB) contra o movimento de
professores e servidores estaduais, no dia 29 de abril. O desafio agora é o fórum
tornar-se um espaço amplo, articulador desses movimentos sociais, antenado
com debate nacional para organizar uma frente de esquerda.

A reunião de hoje (3) passou pela situação no Paraná e no país, fez o repasse da reunião nacional organizada no último final de semana em São Paulo, e
também debateu a construção dessa frente, sua organicidade e comunicação. Ficou também
o debate sobre como construir um processo que não seja apenas restrito à
capital.

“Precisamos forjar a criação de
espaços mais amplos e coletivos. No final de maio, foram realizadas duas
plenárias, no calor do processo de luta da educação, então foi encaminhada a criação
deste fórum de lutas”, explica Robson Formica, da coordenação do
Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB).

Unidade Nacional

A ideia é que essa construção no
Paraná esteja em acordo com a construção nacional do grupo chamado até o
momento de Grupo Brasil, que terá um calendário nacional, com uma primeira
conferência dessa frente política nos dias 5 e 6 de setembro.

Esse espaço deve estar ancorado
em uma plataforma que envolva pautas como as reformas estruturais e populares, defesa
da democracia e da soberania nacional, defesa dos direitos sociais e dos
trabalhadores, integração latino-americana, entre outros pontos.

Tal construção remete
à disputa do segundo turno eleitoral de 2014. Logo depois, os movimentos
sociais, decisivos para a vitória de Dilma Roussef (PT), foram surpreendidos
com a apresentação de propostas antipopulares contidas no ajuste fiscal, e com
a incidência da direita no Congresso e dos segmentos neoliberais no Ministério
da Fazenda.

Frente a um cenário complexo, esse campo político organizou lutas
como a do dia 13 de março. E vem organizando as lutas de resistência contra o
PL das terceirizações, redução da maioridade penal, quebra do sistema de
partilha na exploração do pré-sal etc.

Conjuntura do Paraná

A caracterização do governo é a de
que Richa se ancora em uma aliança cada vez mais conservadora, aliado com o
grupo de Ratinho Jr. Esse grupo anteriormente havia derrotado o grupo de Richa
nas eleições municipais de Curitiba. E agora a presença da família Barros de
caráter conservador passa a ter forte influência sobre o grupo de
Richa, na avaliação de Hermes Leão, presidente da APP-sindicato estadual de professores. 

Ademais, o governo Richa sofre um
processo de desgaste a partir de processo do Ministério Público por
improbidade
administrativa
.

A avaliação da presidente estadual da CUT-PR, Regina Cruz, é de que a luta dos professores fornece condições para o avanço em um espaço de unidade entre os movimentos sociais. “O melhor exemplo é o que aconteceu em Minas Gerais, após a repressão do governo Anastasia (PSDB) contra os professores, formou-se o campo do Quem Luta, Educa”, afirmou.