Pressão de professores faz gestão interromper contratação de estagiários em cmeis

A crítica dos professores de
Educação Infantil sobre a atual presença de estagiários remunerados em Cmeis
forçou a gestão a interromper a contratação até a próxima mesa de negociação. Serão
mantidos apenas os atuais vinte estagiários e aqueles que estão em trânsito.

A reunião de hoje (16) não contou
com a secretária de municipal de Educação, Roberlayne Roballo, que justificou
ausência. A mesa de negociação não teve continuidade em relação à anterior, uma
vez que apenas um integrante da gestão participou dessa agenda.

A expansão do número de
estagiários foi interrompida principalmente porque o Sismuc diverge do ofício
número 111/2015. Entre várias discordâncias, no documento oficial da PMC há a
referência à contratação de estagiários de nível médio.

Na visão das professoras
presentes na mesa, o estágio obrigatório é importante – e suficiente – para o
estudante em formação. Já o estágio remunerado gera competição entre carreiras
e dá ao estudante uma responsabilidade e risco que não lhe cabem, uma vez que a
Educação Infantil e também de crianças especiais é de responsabilidade do
professor de Educação Infantil, que não pode ter mais uma sobrecarga.

Os professores da educação
infantil enxergam também a contratação de estagiários para determinadas funções
como um ato de segregação entre os profissionais, uma vez que a Educação
Infantil deve ser vista como um todo. “Trocar uma fralda em berçário já é um
ato pedagógico”, afirma a professora Alessandra Oliveira.

Mais contratações

As professoras criticam a
política da gestão municipal de apresentar hoje a contratação de 341
estudantes, estagiários que já atuam em diversas secretarias, e querer ampliar
esse número, em um momento no qual a gestão alega justamente crise e
necessidade de ajuste fiscal em várias áreas.

Há falta de profissionais nos
Cmeis atualmente. Portanto, de acordo com o Sismuc, qualquer discussão de
critérios sobre o estágio deve ser antecedida por contratação de profissionais
ou ao menos pelo Regime Integral de Trabalho (RIT).

“O (ex-prefeito) Cássio Tanigushi
tentou implementar isso (estágios) em 13 cmeis e não conseguiu. A Prefeitura
não está pensando nem na criança e nem nos trabalhadores”, critica Alessandra.