Em assembleia realizada nas escadarias da Câmara, a equipe SUS Curitiba decidiu manter a Greve amanhã, desta vez no próprio local de trabalho do gestor. A concentração terá início às 9:00, em frente ao prédio da Prefeitura, e continua até que Gustavo Fruet receba os servidores com uma solução para o calote.
A expectativa dos trabalhadores era de que o prefeito Gustavo Fruet os recebesse para dar satisfações sobre o calote de 1,5 milhões em horas-extras e reajustes salariais. Infelizmente, sabendo que o movimento grevista estaria esperando sua presença na abertura dos trabalhos da Câmara de Vereadores, o prefeito sumiu do mapa e delegou o diálogo à vice.
Mirian Gonçalves, vice-prefeita e secretária do trabalho em Curitiba, recebeu pela manhã representantes do Sismuc, acompanhada por vereadores da base governista. Mas a conversa foi pouco produtiva e serviu apenas para informar os presentes sobre as promessas não cumpridas da gestão. A vice-prefeita e os vereadores ligados ao executivo garantiram uma conversa da categoria com o chefe do município, mas até o final da tarde isso não havia acontecido.
Atendimento precário à população é culpa do Prefeito
Conforme a recomendação do Ministério Público, segue mantido o atendimento de urgência e emergência à população. Diferente do que informou a gestão, a Greve atingiu quase todas as unidades de saúde. É que, para atender ao requisito constitucional, os grevistas precisam estar no local de trabalho. Das 106 unidades, 72 realizaram algum tipo de paralisação, mesmo que os trabalhadores estivessem lá fazendo o atendimento de urgência e emergência.
Além disso, as unidades continuam em Greve de Gestão: sem funcionários suficientes e nem condições de trabalho. O movimento de hoje ajudou, inclusive, a mapear problemas nos locais de trabalho. Na US Vila Esperança, por exemplo, faltam remédios como buscopan, omeprazol e sinvastatina. Também falta papel higiênico, papel toalha e copos descartáveis para a população ingerir os medicamentos sem contaminação. Já na US Pilarzinho, falta glibenclamida, gliclazida, omeprazol, carbonato de lítio, haloperidol 1mg, sinvastatina, óxido de zinco, hidroclorotiazida e enalapril.
Estado de Greve
O Decreto 1385 vai contra uma Lei que afeta todos os servidores. “É um instrumento autoritário, que passa por cima da Lei nº 14.442, aprovada pelos vereadores em 14 de maio de 2014. Esse calote foi uma decisão unilateral do executivo”, aponta Irene Rodrigues, coordenadora do Sismuc. Foi por isso que a última assembleia dos trabalhadores do serviço público municipal, em 27 de janeiro, definiu um Estado de Greve Geral. A coordenação do sindicato ainda esclarece que o Estado de Greve é um alerta para uma possível paralisação. Ele não configura interrupção dos serviços prestados, apenas demonstra organização da categoria.
Entretanto, isso significa que os trabalhadores do município estão se mobilizando para derrubar o decreto caloteiro. A canetada do prefeito Gustavo Fruet suspendeu reajustes financeiros e pagamentos de gratificações para diversas categorias. Foram atingidos servidores da saúde, FAS, fiscais, auditores, dentistas, arquitetos, engenheiros, professores, entre outros. Também foram atingidos todos os servidores que têm direito ao quinquênio. O texto postergou para março e de forma parcelada pagamentos que deviam se iniciar em dezembro de 2014.
Serviço
Greve da Saúde
Greve da Saúde
Data: terça, 3 de fevereiro
Hora: 9:00
Local: Prefeitura de Curitiba (Av. Cândido de Abreu, 817 – Centro Cívico)