Na rua em defesa do emprego e dos direitos conquistados

As principais centrais sindicais organizaram atos em todo o País nesta quarta-feira (28). As mobilizações fazem parte do Dia Nacional de Lutas que organiza trabalhadores e trabalhadoras nas maiores capitais brasileiras em defesa do emprego e da manutenção dos direitos conquistados.

As recentes mudanças em regras previdenciárias com as medidas provisórias 664 e 665 foram as principais responsáveis pela mobilização. Sem abrir diálogo com as entidades ligadas à classe trabalhadora, o Governo Federal alterou as regras para direitos previdenciários como o seguro-desemprego e pensões.

“Não vamos admitir nenhum tipo de retrocesso. Esse é o nosso recado, o recado da CUT”, enfatizou a presidenta da CUT Paraná, Regina Cruz. “As MPs na nossa visão flexibilizam o seguro-desemprego, com essa medida perdemos direitos, pois precisa ter emprego há dois anos no momento em que o país discute uma recessão”, completa o presidente da Força Sindical no Paraná, Nelson Silva de Souza.

O presidente da Fetiep e da CTB Paraná, Zenir Teixeira, também criticou o Governo Federal em virtude das mudanças nas regras previdenciárias. “Juros altos e exploração do povo brasileiro. Quem de vocês viu taxar a renda dos ricos? Nós não vimos nenhuma medida deste tipo no pacote de ajustes”, cobrou. “As principais cidades brasileiras com as centrais sindicais unidas em defesa da classe trabalhadora. Não podemos mais aceitar desmandos”, completa o presidente da UGT no Paraná, Paulo Rossi.

Os representantes dos sindicatos CUTistas também teceram fortes críticas ao Governo Federal pelas novas medidas. “Nós não podemos ficar calados. Temos que exigir um retorno imediato da negociação com o Governo Federal porque o que tinha até então era que os movimentos sociais, as centrais sindicais, seriam ouvidas caso houvesse qualquer medida que tratasse dos direitos dos trabalhadores. Assim vamos fazer valer nossa força para que a vaca não tussa, pois não abriremos mão dos nossos direitos”, ressalta o presidente da Fetec-CUT-PR, Júnior César Dias.

“É importante que os movimentos sociais, os movimentos onde nós mulheres atuamos, estejamos nas ruas para que não percamos esses direitos que foram conquistados. Precisamos, sim, dizer em alto e bom tom que desejamos mais políticas públicas, a manutenção do reajuste do salário mínimo que nestes anos foi de 72% acima da inflação. Por isso não aceitamos redução de direitos”, enfatiza a representante da Marcha Mundial das Mulheres e secretária de Finanças da APP-Sindicato, Marlei Fernandes.

Cenário estadual 

A gestão do governador Beto Richa também foi cobrada duramente pelas centrais sindicais, sobretudo nos problemas gerados em torno do funcionalismo público, especialmente dos professores e funcionários de escolas.

“No final do ano, véspera de ano novo, 37 mil trabalhadores foram surpreendidos com atraso no salário. Companheiros e companheiros que estavam viajando tiveram o desgaste moral de devolver a compra no caixa do supermercado porque não havia dinheiro em seu cartão. Sem qualquer aviso. Um governo que segue fazendo medidas sem debate algum com qualquer categoria”, enfatizou o presidente da APP-Sindicato, Hermes Leão.

Mais de 50 entidades marcaram presença no ato, entre eles muitos sindicatos CUTistas como o Sindicato dos Bancários de Curitiba, o SindiPetro PR/SC, o SISMUC, a APP-Sindicato, o SindiPD, o Sipol, o SindiJor-PR, o Sintracon, o Sindicato dos Vigilantes de Curitiba, sindicatos da alimentação representados pela FTIA entre outros, inclusive, muitos do interior.