Ato da Saúde mobiliza Curitiba contra calote da gestão

Cerca de 300 manifestantes vestiram jaleco e a cor roxa,
sinalizando que a Saúde está Roxa de Raiva. A falta de novos concursos públicos
para as equipes do Sistema Único de Saúde (SUS) tem levado à sobrecarga dos
trabalhadores. “Já virou rotina um funcionário desempenhar três ou quatro funções
na unidade, cobrir escalas de plantão além do limite, acumular horas-extras sem
receber e, agora, o prefeito voltou atrás no aumento dos pisos salariais, coisa
que ele vem divulgando desde março”, explica a coordenadora Sônia Nazareth, do
Sismuc.

A situação é bastante complicada, pois os servidores fazem o
atendimento à saúde da população. E precisam de condições mínimas de trabalho
para prestar um serviço de qualidade, além de valorização profissional. “Saúde
doente, prefeito incompetente”, gritavam em passeata pela Rua XV de Novembro. “É
importante alcançar a população, pois o servidor fica exposto. Minha irmã
apanhou na unidade de saúde e estava grávida”, conta Tayná Machado, que estava
presente para defender os diretos da irmã, que é enfermeira em uma Unidade de
Pronto Atendimento.

Mas não se trata somente dos servidores públicos. Esta é uma
questão que atinge toda a população curitibana, que muitas vezes se revolta
contra os trabalhadores e não contra a má gestão do município. Além das
palavras de ordem e dos apitos, os manifestantes distribuíram uma edição
especial do jornal Curitiba de Verdade,
que traz reportagens sobre a situação da Saúde. Apesar da recente gota d’água,
não é de hoje essa luta. Em 2013, houve o primeiro Festival das Promessas Não
Cumpridas em frente à Prefeitura. Hoje, o ato comemorou os dois anos da
manifestação com direito a bolo e “Parabéns pra você”. E já está marcada para o dia 2 de fevereiro uma paralisação em
frente à Câmara dos Vereadores, que volta às atividades naquele dia.

Ainda, o decreto que suspendeu a Lei dos reajustes (nº 1385),
atinge a todos os servidores municipais. Portanto, o Sismuc convoca uma
Assembleia Geral para o dia 27 de janeiro. “Os trabalhadores vão deliberar se
param todo o município com uma greve geral, frente ao descaso da gestão, que
oferece calote para os trabalhadores e pagamento em dia para terceirizados,
licitações e outras concessões à iniciativa privada”, conclui Eduardo Recker, coordenador
do Sismuc.

Serviço

Assembleia Geral do Sismuc
Data:
27 de janeiro
Hora: 19:00
Local: Centro de Convenções – R.
Barão do Rio Branco, 370.

Greve
Data:
2 de fevereiro
Hora: 09:00
Local: Câmara de Vereadores – R.
Barão do Rio Branco, 720.