Greve paralisa Saúde de Curitiba no dia 2 de fevereiro

Roxos de raiva, servidores públicos do Sistema Único de
Saúde (SUS) de Curitiba decidiram parar as atividades em 2 de fevereiro. O
segmento vai enfrentar o descaso da Prefeitura de maneira unificada, por meio
do Sismuc. A concentração será na Câmara de Vereadores, que inicia as atividades
de 2015 naquele dia. “A gestão, em mesa de negociação em 2013, assinou diversos
acordos com a categoria e não cumpriu. Já em 2014 foram aprovadas leis municipais
que trariam salários novos para todos e também não foi cumprido”, explica Irene
Rodrigues, coordenadora do Sismuc.

Os trabalhadores param por vários motivos, dentre eles: a
sobrecarga por falta de novos concursos públicos; ameaça de banco de horas e do
não pagamento de horas trabalhadas; possibilidade de arrocho salarial na
Estratégia de Saúde da Família; não enquadramento de auxiliares em técnicos de
enfermagem; não reajuste dos dentistas;
e falta de condições mínimas de trabalho em todas as unidades.

Em reunião
com as secretarias de RH e Saúde ontem (12), Prefeitura negou revogar o decreto
que adia e parcela em quatro vezes o pagamento dos novos pisos salariais. Em lei
aprovada ainda em março de 2014
, o prazo para o reajuste era dezembro. No
apagar das luzes do ano passado
, baixou o famigerado decreto. Mas o Dr.
Ludimar Rafanhim, advogado do Sismuc, garante: “Jamais um decreto pode
suspender uma lei. Ainda mais essa, que foi conquista da mobilização de vocês”.

“Consideramos que esta greve está atrasada. Desde 2013 a
categoria aguarda o cumprimento de acordos”, pondera Irene. Ela defende a
posição do sindicato, de que sete mil servidores é um número muito pequeno para
atender à população de Curitiba, que é de cerca de dois milhões de pessoas. “Nós
queremos SUS de qualidade. Não dá pra aceitar que um servidor desempenhe
diversas funções dentro de uma unidade de saúde”, completa ela.

Repúdio x Apoio

Também foi deliberada uma moção de repúdio à perseguição e
assédio moral contra servidores que se manifestaram politicamente por seus
direitos no local de trabalho, como ocorreu na unidade de Saúde da Família
Monteiro Lobato, na Regional Pinheirinho. O texto também deverá manifestar
apoio às trabalhadoras e trabalhadores.

Ato da Saúde:
Aniversário das Promessas Não Cumpridas

Em mobilização para a greve, ocorre o ato em “comemoração”
do aniversário das promessas feitas pela gestão municipal – e ainda não
cumpridas. O ato será neste sábado (17) e, bem como a greve, tem uma pauta
diversificada, conforme já listada. “Enquanto não tiver a transição de auxiliar
para técnico de enfermagem, de que nos adianta o novo piso dos técnicos?”,
questiona uma servidora. E a categoria ainda terá um calendário de mobilizações
em diversas unidades de saúde até o dia 2.

Unificar é fortalecer e, por isso, essa mobilização é
simbólica e significativa. “O Sismuc convoca todos os servidores da Saúde para
o Ato, pois além de manifestar nosso repúdio às promessas não cumpridas da
gestão, vamos nos preparar para a greve do dia 2”, lembra Irene.

Serviço

Ato da Saúde
Data: 17 de janeiro
Hora: 09:00
Local: Praça Santos Andrade