Fiscais têm dificuldades de fazer notificações

Os fiscais do meio-ambiente, que operam a partir do Cadastro
Municipal da Rede de Defesa e Proteção Animal de Curitiba (RDPA), chegam a
cobrir, em média, até 15 denúncias por dia, em uma mesma região da cidade.

De acordo com o coordenador do Sismuc, Giuliano Gomes, nenhum
segmento dos fiscais recebe a periculosidade, à exceção dos fiscais do
urbanismo.

Fato é que esses trabalhadores simplesmente enfrentam
situações como a denúncia de residências com animais domésticos em más
condições. Com isso, acabam tendo contato com animais contagiados com zoonoses.

As principais lutas do segmento apontam o recebimento do
adicional de risco e também a necessidade de Equipamentos de Proteção
Individual (EPI). “Está provado que temos riscos (…) Não temos acesso às
incorporações, às gratificações, à nada”, afirma Viviane, fiscal que trabalha
no Passeio Público.

Trabalhadoras a exemplo de Viviane fiscalizam o comércio
legal e ilegal, maus tratos, comércio ilegal de animais silvestres, autuando,
multando e notificando as ocorrências.

Você sabia?

Em Curitiba, os fiscais são os primeiros do país a ter a
atribuição de proteção animal. As atribuições
no meio-ambiente são: fiscalizar denúncias sobre acumulação precária de animais
em residências; verificação de maus tratos; encaminhamento para castração.

Trabalhadores relatam
situação de insalubridade em aterro municipal

Um servidor que preferiu manter o anonimato conta que trabalhou
no aterro sanitário cuja empresa gestora é a concessionária privada Estre.
Localizado na Fazenda Rio Grande, há fiscais trabalhando no local para
verificar a coleta interna e a balança que pesa os caminhões de lixo.

Trabalham no aterro quatro fiscais, em turno específico de 12
por 36 horas, sujeitos a situações que sugerem insalubridade, uma vez que a
sala reservada a eles fica ao lado da pesagem dos caminhões.

“Há a exposição a bactérias, inalando pouco a pouco, além do monóxido
da fumaça dos caminhões que vai para a sala. Sem contar o cheiro do lixo. A
primeira coisa que faço quando chego em casa é tomar banho”, lamenta o servidor que teve a identidade preservada.

“Ficamos no meio do lixo de 18 cidades e a Prefeitura não
liberou ainda o risco de periculosidade e insalubridade”, avalia.