A prefeita em exercício Mirian Gonçalves recebeu os quatro
sindicatos para discutir o projeto de lei que institui o banco de horas. Já
havia ocorrido conversa com o prefeito Gustavo Fruet solicitando a retirada do
projeto. Contudo, o projeto seguiu na Câmara Municipal. Em conversa com o
presidente Paulo Salamuni ocorrida após protestos, Mirian se comprometeu: “é
a minha palavra e ela será honrada”.
A
reunião ocorreu após o Sismuc, Sismmac, Sigmuc e Afisc Sindical organizarem
protesto com linguiçada em frente à Prefeitura de Curitiba. Eles questionam a
instituição do banco de horas para os servidores municipais. De acordo com o
projeto,a hora extra só seria paga quando o servidor ultrapassasse 5%
da jornada de trabalho mensal. Outro ponto polêmico é o fracionamento de
férias. O Sismuc defende que qualquer escalonamento deve ser pactuado entre
servidor e chefia. Os trabalhadores reivindicam a garantia de dois finais de
semana de DSR para garantir o convívio familiar. O sindicato ainda defende
remuneração de 30% sobre o valor da hora de trabalho para servidores que
estiverem de sobreaviso, além do pagamento de hora extra/DSR no caso de
convocação.
Os sindicatos reclamam, principalmente, que o projeto foi
encaminhado à Câmara Municipal sem diálogo com os trabalhadores. “Parece que a gestão quer colocar a faca no nosso
pescoço”, se indigna o coordenador Eduardo
Recker, que foi completado pela coordenadora do Sismuc Adriana Claudia
Kalckmann: “Encaminhar projeto que altera nossa organização de trabalho sem
consulta é prática antissindical”, alertou.
A prefeita em exercício Mirian Gonçalves (Gustavo Fruet está
na Suécia) disse que iria conversar com a secretaria de recursos humanos
Meroujy Cavet para entender o projeto. Enquanto isso ligou ao presidente da
Câmara Municipal e cravou: “O projeto não será votado neste ano”. A prefeita em
exercício ainda afirmou que a “palavra do prefeito deve bastar”.
Fruet havia assumido compromisso em debater o projeto antes
de ele seguir na Câmara. Contudo, o projeto não foi retirado. Os sindicatos
cobram a exclusão em 2015 para ninguém ser surpreendido: “Se vai debater com os
trabalhadores através dos sindicatos o melhor a fazer não é segurar o projeto,
mas retirá-lo já”, aconselha Ana Paula Cozzolino, coordenadora geral do Sismuc.