Sindicatos barram andamento de projetos que podem prejudicar servidor

O Sismuc esteve hoje em reunião com o prefeito de Curitiba, Gustavo Fruet, que esteve acompanhado pela secretária de recursos humanos, Meroujy Cavet. Outros três sindicatos do serviço público municipal também participaram da mesa. No primeiro ponto da pauta, estava o crescimento vertical. “Para ter igualdade entre as categorias, é preciso primeiro estender a todos o direito de não ter redução na pontuação do crescimento por conta de faltas de greve”, defendeu Eduardo Recker, coordenador do Sismuc.

Como a gestão teve acordo com a isonomia entre as categorias, e como servidores do magistério e da defesa social têm essa garantia, o apontamento foi consenso na reunião. Assim, foi dado seguimento à questão do crescimento propriamente dito, que historicamente ocorre em dezembro. O Sismuc defendeu que o procedimento fosse mantido como sempre foi. Porém, Cavet problematizou questões no orçamento, que não permitiriam repetir a tradição.
Assim, o crescimento será em dezembro, mas o pagamento deverá constar nos contra-cheques somente em fevereiro. A secretária garantiu que até o dia 1º de fevereiro os trabalhadores da Prefeitura receberão retroativamente, ou seja, o equivalente a janeiro. “Não haverá perdas”, confirma ela.
Hora trabalhada, hora paga
A força dos quatro sindicatos (Sismuc, Sismmac, Sigmuc e Afisc), unificados pela pauta, impediu a mudança nas regras do jogo. A criação do banco de horas e as alterações no Descanso Semanal Remunerado (DSR), horas extras e sobreaviso serão pontos de pauta em futuras negociações com a gestão. Assim, os projetos não terão andamento imediato. Na prática, isso significa que começa agora o trabalho pesado. O Sismuc já se posicionou terminantemente contra o banco de horas, que faria com que a hora extra só fosse paga quando o servidor ultrapassasse 5% da jornada de trabalho mensal. Horas trabalhadas, portanto, não seriam pagas.
Outro ponto polêmico é o fracionamento de férias. O Sismuc defende que qualquer escalonamento deve ser pactuado entre servidor e chefia. Os trabalhadores reivindicam a garantia de dois finais de semana de DSR para garantir o convívio familiar. Também exigem remuneração de 30% sobre o valor da hora de trabalho para servidores que estiverem de sobreaviso, além do pagamento de hora extra/DSR no caso de convocação. A gestão aceitou estudar as propostas da categoria, que devem ser enviadas até amanhã para os recursos humanos.
“Foi uma reunião histórica, pois pela primeira vez os sindicatos do serviço público municipal atuaram em unidade programática para garantir o direito dos trabalhadores”, comemora Adriana Claudia Kalckmann, coordenadora do Sismuc. Agora, cabe às entidades apresentarem suas propostas e as defenderem nas próximas negociações. E cabe à base se manter atenta e mobilizada, fiscalizando o cumprimento das promessas da gestão e dando suporte aos representantes. Enquanto isso, seguem barrados os projetos que podem prejudicar servidoras e servidores.