Plebiscito Popular: ferramenta para falar com milhões

O Plebiscito Popular, organizado pelos movimentos sociais, sobre a
necessidade de uma Constituinte para mudar o sistema político brasileiro, é a
possibilidade de diálogo com milhões de pessoas, a partir de um tema central em
qualquer agenda progressista: a reforma política e a alteração nas relações de
poder favorável à maioria do povo.

Essa chance é rara, na medida em que, durante o ano, prevalece o
monopólio da mídia conversando com milhões, que apresenta um programa conservador, aliado à captura da subjetividade
e do imaginário social.

Essa capacidade de mobilização e convocatória, a partir de um tema
importantíssimo para o país esteve presente nos três plebiscitos
anteriores: em 2000, no questionamento do pagamento da dívida pública
pelo Estado brasileiro; em 2002, no grito de não para a Área de Livre Comércio das
Américas (Alca), que quebraria ainda mais a já debilitada indústria nacional.

Mesmo o Plebiscito Popular pela anulação do leilão da mineradora Vale, de
2007, organizado em um momento de desmobilização social, significou também a proposição de uma visão de país. Afinal, a
Vale, controlada pelo capital dos bancos, representa a extração de recursos naturais e simples exportação para o mercado mundial, sem qualquer beneficiamento.

O Plebiscito Popular significa um contraponto importante.

Mesmo naquele contexto de 2007 e com um debate em condições difíceis, quando
nos aventuramos a levar esta bandeira a colégios, comunidades de base,
sindicatos e praças públicas, levantamos 16 mil votos somente nos colégios de
Curitiba.

A vantagem do atual Plebiscito é o debate sobre um assunto que está na
realidade imediata dos trabalhadores. É fato que há uma grande insatisfação com
o modelo político a partir das manifestações desde 2013. Não necessariamente
esta insatisfação da juventude vem seguida de um projeto nítido de mudanças
estruturais, daí o papel do Plebiscito. Um trabalho pedagógico.

As ferramentas de comunicação, as novas tecnologias, e a participação
por meio delas também é outro detalhe importante. Porém, não se pode esquecer
que apenas aliadas a um trabalho de corpo a corpo é possível gerar um processo real
de debate e conscientização. 

O Plebiscito Popular por uma Constituinte Exclusiva e Soberana do
Sistema Político não é apenas das 400 organizações que o assinam e o organizam. Ele é de todo
o povo e juventude brasileira. Participe! Envolva-se no tema e organize uma
urna no seu local de estudo, moradia ou trabalho.