O Sismuc se reuniu com representantes da Secretaria de Saúde e de Recursos Humanos para debater a pauta específica da saúde. No encontro, a gestão negou a universalização da redução de jornada para todos os trabalhadores. Além disso, a gestão, que havia assumido compromisso de garantir a isonomia na gratificação de 80% para toda a equipe da Estratégia Saúde da família, recuo no compromisso. O novo caminho é apresentar no fim de agosto nova política de remuneratória que possa contemplar mais carreiras da saúde com incorporações das gratificações. Isso ocorre até 30 de agosto. Um pouco antes, entre os dias 19 a 22, em nova reunião, a gestão discute a política de dimensionamento e a organização nos equipamentos.
Com relação à redução de jornada, o Sismuc defendeu a possibilidade como elemento para melhorar as condições de trabalho e o atendimento à população. “Essa é uma bandeira histórica do Sismuc. Gostaria de lembrar que a gestão nos prometeu um estudo sobre a redução, mas nada foi apresentado”, destacou Ana Paula Cozzolino, coordenadora do Sismuc.
Contudo,diretor do Departamento de Políticas de Pessoas da SMRH, Sérgio Malheiros, negou a possibilidade da redução. “Não existe qualquer possibilidade de universalizar a jornada de 30 horas. A jornada existente é uma exceção. Não podemos reduzir para todos”, expôs.
Já o dimensionamento segue em fase de análise, segundo os gestores municipais. Em mesa, expuseram que a partir de 2012 tem sido feito pesquisas com recursos liberados à Prefeitura de Curitiba. Neste momento, todavia, nada foi apresentado. “Não está parado. Estamos pesquisando com a saúde ocupacional para verificar onde e porque está ocorrendo afastamentos”, explica Vera Lúcia da Silva, do RH da saúde.
Ainda neste ponto, a Secretaria de Saúde cogita dar mais autonomia aos distritos. Segundo o secretário, as mudanças de local de trabalho não precisam estar centralizadas na Secretaria.
Ainda neste ponto, a Secretaria de Saúde cogita dar mais autonomia aos distritos. Segundo o secretário, as mudanças de local de trabalho não precisam estar centralizadas na Secretaria.
Recuo na Incorporação
Compromisso desfeito. Essa foi a sensação dos enfermeiros que participaram da mesa de negociação com a gestão. A Secretaria de Recursos Humanos havia divulgado que atenderia a reivindicação de incorporar 80% da gratificação para os trabalhadores que atuam na Estratégia Saúde da Família. Contudo, essa posição foi retirada da mesa de negociação. Em seu lugar, a gestão diz que vai apresentar um novo modelo de política remuneratória que deve abranger mais trabalhadores da saúde.
A mudança de posição ocorre, segundo o secretário Adriano Massuda, porque há uma decisão de ampliar o programa para toda a cidade. “É nesse caminho que queremos ir. Por isso, precisamos de acordo com os servidores e com o sindicato. Nessa gestão aumentamos em R$ 100 milhões os recursos para a saúde. Não é pouco. Vamos sim apresentar nova proposta”, declarou. O secretário destacou que caso a política não seja aceita pelo conjunto dos trabalhadores, através do Sismuc, poderia retornar à discussão da incorporação dos 80%.
Por outro lado, a base reclama das idas e vindas da Prefeitura. “Para gente, melhor seria que se cumpra o combinado anteriormente e depois que se implemente a nova proposta. A palavra da gestão está em descrédito”, cobrou o servidor Lídio Leonardi. “A demora gera boatos como se a Prefeitura não tivesse dinheiro. Ficamos na expectativa. Precisamos de uma data”, completou Cáthia Almeida, coordenadora do Sismuc.
A gestão adotou o prazo de 30 de agosto para apresentar a política remuneratória. O projeto já foi avaliado pela PGM e RH e deve ser encaminhado à Secretaria de Finanças antes de ser discutido com o Sismuc.