Servidores do judiciário definem estado de greve

A espera de uma proposta que atenda às reivindicações da categoria chegou ao limite. Após meses de negociação com o Tribunal de Justiça, os mais de 600 servidores do Judiciário de todo o Paraná decretaram Estado de Greve, em assembleia realizada na noite de ontem (26).

Por unanimidade, a categoria definiu que na próxima reunião de negociação, quinta-feira (29) às 10h30, o TJ deve apresentar uma proposta que atenda às reivindicações dos servidores.

"Não há mais tempo para enrolação. Estamos negociando há meses e nunca se chega a uma conclusão. Sempre existe um cálculo aqui, outro ‘porém’ ali. Os servidores esperam que na reunião uma proposta concreta seja apresentada", afirma o coordenador-geral do Sindijus-PR, José Roberto Pereira.

Após a mesa de negociação, o Comando de Mobilização se reúne para avaliar o resultado da reunião. Uma nova assembleia dos servidores, no dia 30, às 09h na sede do Sindijus-PR, está convocada para que a categoria defina pelo início da greve, caso não tenha resposta do TJ.

"TJ não pode usar orçamento como argumento", diz Rossoni.

Durante a concentração dos servidores, representantes do Sindijus-PR foram recebidos pelo presidente da Assembleia Legislativa, deputado Valdir Rossoni. A reunião, intermediada pelo deputado Professor Lemos, tratou da Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) de 2015, que está em discussão na casa de leis. Rossoni explicou que a fase de propostas e emendas à LDO já foi concluída. Assim, a proposta deve ir à votação no Plenário.

José Roberto disse ao deputado que um dos entraves na negociação com o Tribunal é justamente o orçamento do ano que vem. "Há um receio da administração com uma possível diminuição do repasse do Executivo ao Judiciário", disse.

Rossoni descartou essa possibilidade e afirmou que "o TJ não pode usar o orçamento como argumento". O deputado adiantou que marcará uma reunião com o presidente do TJ, Guilherme Luiz Gomes, para intermediar a negociação.

CAMINHADA

Aos gritos de "isonomia já", "o 1º grau parou" e "senão negociar a Justiça vai parar", os servidores partiram em caminhada pelas ruas em torno do Palácio da Justiça. Com velas acesas, faixas e cartazes, a manifestação deu a volta no prédio do TJ e parou em frente à entrada principal. Por alguns minutos o trânsito foi interrompido para que os servidores mostrassem a sua disposição de luta.

Assembleia

Ao final do dia, os 600 servidores se aglomeraram no plenarinho da Assembleia Legislativa para discutir o rumo do movimento pela isonomia. O cansaço de um dia de luta não impediu que as decisões fossem tomadas com clareza.

"O resultado dessa assembleia (decretou o estado de greve) mostra, além da disposição de luta da categoria, a insatisfação dos servidores com as negociações. O Sindijus-PR apoiará todas as decisões dos servidores e estará pronto para deflagrar mais uma greve no Judiciário. Vamos conquistar melhores condições de trabalho e salário no 1º grau e o fim da desigualdade de tratamento", finalizou José Roberto.