MADRI – Em vez de direitos do trabalhador, a bandeira do 1° de maio na Espanha é a luta contra o desemprego e a política de austeridade. A situação está tão grave que as manifestações deste ano devem registrar o maior número de pessoas desde a redemocratizacão, segundo estimam os principais sindicatos.
Oitenta manifestações estão programadas nas principais cidades espanholas, com lemas como "da indignação à rebelião" e "eles não têm limite", em referência aos constantes cortes de gastos sociais feitos pelo governo. Em Madri, há seis protestos autorizados. Mas, pelas redes sociais, grupos convocaram atos alternativos, alguns com caráter violento.
Isso tudo porque, neste ano, o Dia do Trabalhador coincide com uma semana em que índices apontaram piora da economia no país. Na terça-feira, o instituto de estatística espanhol divulgou que o PIB caiu 0,5% no primeiro trimestre e, na semana passada, os espanhóis souberam que o número de desempregados atingiu um recorde histórico: seis milhões de pessoas, ou 27% da população. Um índice que, segundo projeções do próprio governo, não cederá este ano.
Por isso, as manifestações de hoje, de acordo com os sindicatos do país, exigirão do governo o fim das políticas de austeridade e medidas de incentivo ao emprego, além da ampliação da ajuda para os desempregados. O governo não dá sinais de que vai ceder. Pelo contrário: já prometeu à União Europeia cortes extras de 3 bilhões de euros apenas neste ano.