Intransigência do prefeito Ducci expõe saúde da população

 Os pacientes soro positivos estão tendo problemas para marcar seus exames periódicos, entre eles o de CD4 e carga viral, na rede municipal. Esses exames são fundamentais para monitorar a saúde do portador de HIV e doente de AIDS, se ele está respondendo ao tratamento, ou se há falha ou acerto no esquema de medicação que o paciente utiliza. No mês de dezembro, pelo menos 800 exames deixaram de ser feitos e atualmente oito exames são feitos diariamente pelo Lacen, enquanto que o laboratório municipal tem capacidade para realizar em média 50 exames diários.

A dificuldade encontrada por esses pacientes foi apontada pelos farmacêuticos bioquímicos do laboratório. Segundo eles, a negligência do prefeito Luciano Ducci em negociar a redução da jornada de trabalho para 30 horas (redução implementada para cinco categorias a partir de março de 2012) para os excluídos está tendo seus efeitos negativos agora na população. “A prefeitura tenta minimizar o problema, mas ele só tem se agravado. São 800 pacientes que terão consulta em janeiro e não poderão ter o acompanhamento adequado devido à falta dos exames”, alerta Eduardo Marques, farmacêutico.


Kléber Fábio Mendes é um desses pacientes que já sofrem com o descaso da falta de negociação da prefeitura.  Ele teve que remarcar pela terceira vez sua consulta na unidade de saúde Santa Felicidade, uma vez que não conseguiu realizar os exames. “Estou correndo um grande risco de ser afetado por doenças oportunistas (doenças que se aproveitam da baixa imunidade da pessoa). Além de mim, outras 250 pessoas do meu grupo de jovens também estão sem seus exames. Por isso, é obrigação da prefeitura negociar com os excluídos”, protesta Kléber, que é professor de filosofia.


Durante a greve dos excluídos , o prefeito Luciano Ducci tem agido com indiferença com os servidores em greve, prejudicando a população. Tanto que se negou duas vezes a receber comissão dos excluídos, permitiu que assessores agredissem os trabalhadores, mandou mais de 100 policiais para acabar com acampamento dos excluídos na prefeitura, proibiu a diretran de acompanhar as caminhadas dos servidores e tenta corta a folha ponto dos grevistas sem nenhuma decisão judicial. “Infelizmente, com a intransigência de Ducci, quem é prejudicado são os usuários e os próprios trabalhadores, que preferem estar no seu local de trabalho, mas lutam contra a exclusão”, observa Alessandra Oliveira, diretora de comunicação do Sismuc.
 
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