Em defesa das reivindicações, do sindicalismo de base e da nossa unidade
A diretoria do Sismuc acredita que só a democracia e a solidariedade da classe trabalhadora é capaz de mover pessoas e transformar a sociedade. Estes princípios podem ser observados na forma de lidar com a atividade sindical e na crença de que só a classe é capaz de legitimar uma diretoria no processo de representação. Nossa história mostra que desde sua fundação, em 1988, o Sismuc é marcado pelo enfrentamento, mobilizações e defesa dos interesses dos trabalhadores. É isso que permitiu ao Sismuc, o maior sindicato de base municipal do Paraná, ser reconhecido como uma entidade de luta, respeitado no Brasil inteiro e com credibilidade.
A construção de todo o debate que vem sendo feito com os guardas municipais, pelo Sismuc, se pautou sempre pela transparência e participação da categoria em todos os momentos. Assembleias, coletivos, eleição de comissões, negociações, seminários, construção de propostas e da pauta de reivindicações, tudo foi realizado com a mais ampla publicidade e respeitando as divergências dentro da categoria. Inserimos o debate local dos guardas de Curitiba no cenário nacional, levando nossas reivindicações para Brasília, nas duas edições da Marcha Azul Marinho, no Congresso Nacional de Guardas Municipais, no Rio de Janeiro, em 2010, e em várias outras atividades pelo estado e pelo país.
Atualmente são mais de 900 guardas sindicalizados no Sismuc, praticamente 50% de todos os guardas da cidade. Esta marca supera a média da maioria dos sindicatos no Brasil e, entre os servidores de Curitiba, é a categoria com maior quantidade de sindicalizados proporcionalmente. Boa parte deste ótimo índice é resultado de muita luta e organização. Nestes últimos dois anos, greves e paralisações foram realizadas e, se não chegamos onde queríamos, podemos dizer que avançamos significativamente nas reivindicações. A maior conquista, no entanto, está disposição de luta dos guardas, que inspiram as demais categorias a acreditarem que a união traz avanços.
A diretoria do Sismuc acredita que a representatividade não se faz nas mesas de negociação. Se faz na rua, no trabalho de base que é desenvolvido nos locais de trabalho e que conta com uma estrutura solidária entre trabalhadores de diferentes profissões dentro da prefeitura. É esta estrutura que permitiu, por exemplo, a sustentação da greve dos guardas em 2010, quando a justiça condenou o Sismuc a pagar R$ 10 mil por dia parado. Para se ter uma ideia do compromisso da atual diretoria do Sismuc, na greve de 7 dias em 2010, que incluiu uma vigília em frente à prefeitura por um mês, foram gastos aproximadamente R$ 88 mil. E, se necessário, voltaremos a investir o que for preciso para defender os interesses dos servidores.
A diretoria do Sismuc defende a liberdade de expressão. Qualquer guarda pode questionar a representatividade do sindicato, como é o princípio do sindicalismo livre e de base, conforme o projeto original do movimento que fundou a Central Única dos Trabalhadores (CUT).
Um abaixo-assinado sem a devida identificação de seus promotores que circula internamente na categoria, coloca a representatividade do Sismuc em questão. Diante disso, a diretoria do Sismuc responde:
1. A diretoria do Sismuc negocia os interesses dos guardas municipais de Curitiba dentro daquilo que é definido pelo conjunto da categoria, nas reuniões do coletivo e assembleias. Jamais haverá negociação sem a devida consulta aos trabalhadores.
2. A rejeição à proposta de plano apresentado pela prefeitura foi uma decisão coletiva, tomada em assembleias, reiterada na última delas realizada no dia 12 de abril, no qual dos 156 votantes, 88 votaram pela rejeição e 68 pela aprovação do plano.
3. As datas das assembleias bem como os seus resultados estão sendo divulgadas no Jornal do Sismuc, na página do sindicato (www.sismuc.org.br) e nos boletins eletrônicos (newsletter). Respeitando o estatuto da entidade, também foi publicado edital convocando assembleia no dia 11 de fevereiro de 2011 que deliberou pela manutenção de assembleia permanente dos guardas, devido ao momento (imagem abaixo). Ou seja, não seria preciso publicar novos editais até que a categoria decida encerrar a assembleia permanente. Este edital foi publicado no dia 8 de fevereiro, no Jornal do Estado, mais de 48 horas de antecedência.
O Sismuc se mantém firme na luta pelos interesses dos trabalhadores. Repudiamos ações oportunistas e articuladas de forma mesquinha pela administração municipal que tentam desestabilizar os guardas e romper com nossa unidade, utilizando-se de membros da categoria. Guarda é servidor municipal e é juntos que vamos mais longe.
– Por um novo PCCV;
– Por um piso salarial de R$ 1,3 mil;
– Por melhores condições de trabalho;
– Pelo direito a uma vida digna.
Curitiba, 14 de abril de 2011
Diretoria do Sismuc