Omissão na Vale Fertilizantes acaba em acidente grave

A falta de reposição de peças através da política de “estoque zero” tem feito a fábrica Ultrafértil/Vale, de Araucária, operar com o sistema de proteção de alguns equipamentos “desligados” ou “desviados”. Além de irregular, a situação compromete significativamente as condições requeridas pelos fabricantes.

No último dia 25 um acidente deixou um trabalhador em estado grave, ao cair de uma escada.  O fato ocorreu mesmo após uma solicitação de serviço, expedida em 2008, pelo almoxarifado à empresa e para a Cipa, solicitando providências para a segurança do local. Dentre os problemas estavam irregularidades no guarda-corpo (apoio de segurança na escada), que não estava de acordo com as determinações da norma regulamentadora nº 8.
 
 “A situação da segurança está se tornando insustentável. A brigada de emergência que é formada por trabalhadores voluntários é imprescindível para garantir a segurança da comunidade, meio ambiente e da fábrica como um todo e está se desconstituindo”, aponta Paulo Roberto Fier, coordenador geral do Sindiquímica. Ainda, segunda ele, todos os membros declararam em abaixo-assinado que após o dia 7 de fevereiro não mais farão parte da brigada de emergência devido ao descaso da Ultrafértil/Vale fertilizantes para com a equipe.
 
O sindicato da categoria também  vai levar a situação ao Ministério Público e à superintendência regional do trabalho e emprego (SRTE) e pretende mobilizar também os trabalhadores e a comunidade para que a empresa não venha a operar sem a brigada de emergência.
 
Na lógica do lucro
 
Desde que a Vale do Rio Doce comprou a Ultrafértil, as condições de trabalho, já precarizadas após a privatização, vem se deteriorando ainda mais. Para cumprir orçamentos que garantem os polpudos lucros, a empresa vem deixando a segurança de lado. Materiais básicos como equipamentos de proteção individual (EPI), obrigatórios para empresa petroquímica, tem sido deixados de lado.