Sismuc quer apuração do escândalo envolvendo Richa

06/07/2009 – 14:20

É muito difícil não vincular o nome de Beto Richa e seu grupo político aos escândalos divulgados nos últimos dias sobre as eleições para a prefeitura. Os vídeos e documentos apresentados pela imprensa indicam que há vários crimes a serem investigados, como a compra de candidatos, dinheiro de campanha não declarado (caixa 2), boca-de-urna, entre outros. Esses fatos estão sendo apurados pelo Ministério Público e pela promotoria do Tribunal Regional Eleitoral e, dependendo das conclusões, podem culminar com a cassação do atual prefeito.
 
O Sismuc vem acompanhando as investigações e, assim como os curitibanos, quer respostas do prefeito sobre esses acontecimentos. Uma questão, no entanto, ganha mais atenção da diretoria do sindicato, porque também indignou muitos servidores públicos de carreira. Os vídeos deixam clara a forma como pessoas desqualificadas e corruptas são nomeadas para cargos públicos na prefeitura de Curitiba. Manassés Oliveira, Alexandre Gardolinski e Mestre Déa são alguns dos que receberam a nomeação do prefeito Beto Richa em troca do apoio político a sua candidatura, como comprovam os vídeos.
 
“Os escândalos provam que os critérios adotados pelo prefeito Beto Richa para a nomeação de cargos comissionados não leva em consideração o conhecimento, a competência ou o valor profissional dos servidores de carreira. Infelizmente, o que vimos é a utilização desses cargos em benefício próprio, para apoio eleitoral”, afirma Alessandra Cláudia de Oliveira, secretária de comunicação do Sismuc.
 
A origem do dinheiro utilizado para a compra dos candidatos do PRTB também é uma das questões não respondidas pelo atual prefeito. Matéria divulgada pela Gazeta do Povo, no último dia 25, apontam o irmão de Beto Richa, José Carlos Richa, atual secretário de administração como responsável pelo repasse de R$ 136 mil ao Comitê Lealdade, dirigido por Gardolinski. Além de José Carlos, no documento divulgado na imprensa aparece também o nome de Euclides Scalco, como responsável pela doação. Tanto José Carlos Richa como Scalco eram, nesse período, coordenadores da campanha de Beto Richa, o que aumenta as evidências de caixa 2 nas eleições, um crime eleitoral que prevê a cassação do mandato.
 
Além das investigações pela justiça, o Sismuc também defende a abertura de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI), pela Câmara Municipal. O objetivo é saber se houve desvio dinheiro público para a campanha eleitoral de Beto Richa e garantir a averiguação de denúncias sobre licitações. No entanto, apenas 6 vereadores assinam o pedido de abertura da CPI, dos 13 necessários.
 
 
Imprensa Sismuc