04/05/2009 – 9:00
A Coordenação dos Movimentos Sociais conseguiu reunir diversos movimentos populares e partidos políticos de esquerda na mobilização antológica do Dia Internacional do Trabalhador em Curitiba. A concentração ocorreu na Paróquia São João Batista, nas proximidades Vila das Torres, a comunidade carente mais próxima do centro da ‘Capital Social’.
Pouco a pouco, os militantes das diversas entidades chegavam com suas faixas e bandeiras. Ao longo da caminhada, membros da comunidade uniam-se à marcha operária. O mote de luta, como não poderia ser diferente, foi “A Classe Trabalhadora Não Pagará Pela Crise”.
Três atos aconteceram durante a passeata. O primeiro deles foi na ponte do Rio Belém, o mais poluído da cidade, de acordo com medições da qualidade da água realizadas pelo Instituto Ambiental do Paraná. Foi o momento de refletir sobre a insustentabilidade ambiental do sistema de consumo desenfreado da sociedade.
A manifestação seguinte ocorreu no centro da comunidade e abordou as alternativas populares frente à exclusão social. Lideranças da associação comunitária cobraram ações efetivas dos governos para resolver os tantos problemas que afetam o povo da periferia.
O protesto dos movimentos sociais terminou com ato público em frente à sede da Federação das Indústrias do Paraná [Fiep]. Lideranças das centrais sindicais presentes na atividade proferiram discursos contra a crise e o capitalismo. O presidente da CUT-PR, Roni Anderson Barbosa, foi incisivo em sua explanação. “Essa crise, gerada pela ganância da classe dominante, é a prova concreta de que o sistema capitalista é insustentável. Devemos procurar um novo modelo para a sociedade baseado no socialismo, que contempla a todos e tem o objetivo de acabar com a exclusão social”. Roni ainda avaliou o evento como positivo. “O 1º de Maio fez a devida reflexão que merece essa data tão importante. Foi uma atividade de luta e mobilização social, onde deixamos bem claro que a classe trabalhadora não vai pagar pela crise. Não aceitaremos, de forma alguma, as demissões e redução de direitos e salários”.
Partilha de alimentos e manifestações de diferentes religiões marcaram o encerramento da mobilização. Gustavo ‘Red’ Erwin, da CMS e um dos organizadores da mobilização, destacou a unidade dos movimentos. “O programa foi construído de forma integrada, agora é preciso concentrar esforços para que nossas próximas ações também sejam unificadas. Temos que acumular forças para impor o nosso projeto para o país. A experiência de hoje foi muito boa por que há muito tempo não uníamos todo esse conjunto de organizações do campo de esquerda, inclusive de algumas entidades que não se congregam na CMS em âmbito nacional. Portanto, o caminho está apontado e é por aí que vamos seguir para enfrentar a crise”.
Fonte: www.cutpr.org.br