22/04/2009 – 8:25
Um estudo do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA), presidido pelo economista Marcio Pochmann, revela que, ao contrário do que se procura fazer crer os defensores do Estado mínimo, o serviço público brasileiro é um dos mais “enxutos” do mundo. “Comparando-se com o total de ocupados, o Brasil tem menos servidores que todos os parceiros do Mercosul, fica atrás de países como Estados Unidos, Espanha, Alemanha e Austrália e muito atrás de Dinamarca, Finlândia e Suécia”, diz o relatório publicado pelo IPEA.
Na região sul, por exemplo, a quantidade de servidores públicos em comparação com o total da população, é de 5,38%. Em Curitiba o total de servidores municipais não ultrapassa 2% do total da população do município, se for considerada a estimativa do IBGE para o ano passado, de 1,8 milhão de habitantes para a capital paranaense. O resultado desse déficit de pessoal reflete em uma cobrança cada vez maior do trabalhador para poder suprir uma demanda social crescente por serviços públicos. A abertura de concursos públicos têm sido uma das reivindicações do Sismuc feitas à prefeitura, tendo como objetivo a melhoria das condições de trabalho dos servidores e do serviço oferecido à população.
O coordenador do curso de Administração Pública da UFPR, professor doutor Herbert Age, acredita que algumas atividades fins apresentam uma carência de pessoal muito grande, como é o caso da segurança e saúde. Porém, mais do que a quantidade mínima necessária para o atendimento público, ele entende que é preciso inverter a lógica de premiações em órgãos públicos. “Criam-se gratificações para os organismos centrais, em detrimento do trabalho mais próximo da comunidade. Ora, devia ser o contrário: manter e premiar a professora na sala de aula, principalmente nos locais mais carentes, da mesma forma para agentes de saúde e policiamento”, afirma.
Imprensa Sismuc