Tumulto

Em sessão tumultuada, a Câmara de Curitiba aprovou ontem (31) a proposta de reajuste de 6% para os servidores municipais. No Plenário, a discussão da mensagem do prefeito Beto Richa foi acompanhada pelos servidores dos sindicatos Sismuc e Sismmac e por trabalhadores com faixas em defesa da iniciativa do prefeito.



O vereador Mário Celso Cunha (PSB), líder do prefeito na Casa, exaltou-se e começou a criticar de maneira ofensiva os sindicalistas presentes, ameaçando pedir a aprovação de uma lei que desobrigue os funcionários a pagar a contribuição sindical – o que já ocorre de forma facultativa. O vereador chamou de “desocupados” e “chorões” os representantes do Sismuc e Sismmac e recebeu vaia dos servidores.



 A bancada de oposição ao prefeito apresentou duas emendas, que foram derrubadas. A primeira era para que fosse concedido um aumento real de 4,94% além dos 5,43% de reajuste inflacionário. A segunda previa uma reposição de 4,85% para 2009 e outros 4,85% para 2010, relativas aos aumentos não-concedidos no período de 1999 a 2004.



Na semana passada, a prefeitura encerrou as negociações com os servidores públicos municipais, impondo como reajuste apenas a reposição da inflação, que foi de 5,43%, mais um aumento real de apenas 0,57%. A proposta foi encaminhada à Câmara em caráter de urgência, sem que houvesse ao menos a abertura de negociação em relação ao reajuste salarial.



Os sindicatos Sismuc e Sismmac vão decidir em assembléia o posicionamento em relação à aprovação do reajuste. Existe a possibilidade de a categoria fazer greve.



Agressões



A sessão estava marcada para as 16h, mas quando os servidores entraram no prédio, a galeria da Câmara já estava lotada por trabalhadores que ocupam cargos comissionados e defendem a gestão Beto Richa. Antes mesmo da aprovação do reajuste, os trabalhadores em defesa do prefeito insultaram e xingaram os servidores, partindo para agressão física.



Ao término na sessão, os dirigentes sindicais se dirigiram ao microfone para falar em alto e bom som, palavras de repudio a truculência dos vereadores, e manifestar contra esses, que se dizem servidores, mas que lutam contra as reivindicações da categoria.