FÓRUM SOCIAL MUNDIAL

Reunidas na sede nacional da CUT, quinta-feira (20), várias lideranças da Coordenação dos Movimentos Sociais (CMS) – que congrega entre outras entidades CUT, UNE, MST e Marcha Mundial de Mulheres – e do Coletivo Intervozes debateram formas de participação no 26 de janeiro, convocado pelo Fórum Social Mundial de Nairóbi, no Quênia, como “Dia de Mobilização e Ação Global”. Em entrevista ao Portal do Mundo do Trabalho, o líder petroleiro Antonio Carlos Spis, representante da CUT na CMS, faz uma análise sobre o significado da data e as iniciativas que estão sendo propostas para a mobilização “em defesa da autodeterminação dos povos e da soberania nacional, contra o imperialismo e suas políticas neoliberais e neocoloniais, de guerra e pilhagem”.

Conte como foi definida esta data?

No início de 2007 participamos do Fórum Social Mundial de Nairóbi, no Quênia, quando ficou definido que o FSM passaria a ser realizado de dois em dois anos. O Fórum não é um evento, mas um processo de reflexão e de lutas plurais, que sinalizam alternativas para a construção de um outro mundo que consideramos não apenas possível, como necessário, para que o próprio planeta sobreviva. Coletivamente, foi indicado o 26 de janeiro como “Dia de Mobilização e Ação Global”, onde realizaremos atos em escala planetária, confrontando o Fórum Econômico Mundial, na Suíça, onde a elite neoliberal faz seu evento em janeiro. Em nosso país, a CMS está articulando mobilizações de rua em defesa da autodeterminação dos povos e da soberania nacional, contra o imperialismo e suas políticas neoliberais e neocoloniais, de guerra e pilhagem.

As manifestações de solidariedade internacional serão um dos pontos fortes deste dia.

Certamente. Principalmente na América Latina, onde temos governos democráticos que colocaram fim no ciclo das ditaduras e começam, em maior ou menor grau, a pôr em xeque interesses do grande capital norte-americano e de sua política. Há uma clara tentativa golpista em curso, como ficou evidenciado recentemente na Venezuela e na Bolívia, onde tentam inclusive desagregar, dividir o país. Assim como os banqueiros e multinacionais se unem em defesa da manutenção de privilégios, os povos devem estar mobilizados para fazer frente à sua ingerência, que muitas vezes sai do campo político para o plano militar, da agressão e da guerra, como vimos no Iraque. Então, para fazer frente às investidas do império, mais do que nunca devemos estar unidos. O 26 de janeiro serve como elemento de reflexão e consciência para transformarmos esta realidade.

No Brasil, o que ganhará visibilidade?

Temos em nosso país um governo em disputa, onde lutamos para que sejam atendidas as demandas dos movimentos sociais, que são as da nossa população carente, muitas vezes abandonada nas grandes periferias, sem acesso a nada, onde a ação do Estado não chega, a não ser para reprimir de forma desastrada. Vamos aproveitar o Dia de Mobilização e Ação Global para defender a reforma agrária, que combata o latifúndio, democratize o acesso à terra e garanta recursos à agricultura familiar; para defender a reforma tributária, com taxação da herança e das grandes fortunas; para defender a anulação da leiloata de privatização da Companhia Vale do Rio Doce; para exigir a suspensão dos leilões das bacias petrolíferas e de gás; para defender a democratização dos meios de comunicação, hoje concentrados nas mãos de poucos famílias que pautam o que é ou não notícia, manipulando, desinformando. As bandeiras são muitas e variadas, todas dialogando com a necessidade de transformações mais profundas, dentro de um projeto de inclusão social, de garantia de direitos, de ampliação de conquistas. Há uma conexão entre as lutas locais e nacionais com objetivos mundiais para ampliar alianças e fortalecer a pressão desde a base.

No Brasil, o que está sendo programado?

Faremos atos de rua em Belém do Pará, que inclusive sediará o Fórum em 2009; em Curitiba, que reunirá os Estados do Sul e delegações do Mercosul, e em São Paulo, onde estamos preparando uma atividade no centro com panfletagens, batucada e teatro. Realizaremos uma reunião no dia 11 de janeiro, às 14 horas, na sede da CUT, para definir melhor a parte cênica do ato, que será comunicado posteriormente. O mais importante é que, desde já, a militância cutista comece a se incorporar à convocação, divulgando amplamente as bandeiras do Fórum.

Leonardo Severo, do Portal do Mundo do Trabalho

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