Hora trabalhada, hora paga

Os servidores municipais se reuniram em assembleia geral para
discutir temas de interesse dos trabalhadores. Foram debatidos os projetos de
lei que estão na Câmara Municipal sobre o Plano de Carreira e o que regulamenta
as escalas, jornadas e prestação de serviço extraordinário. Os servidores rechaçaram unanimemente a
substituição das horas extras por banco de horas. A assembleia aprovou
sugestões de incorporação aos textos na Câmara Municipal (veja ata no site).
Ainda foram ratificadas 29 ações judiciais coletivas, aprovadas a entrada de
outras duas ações e eleitos representantes para o conselho fiscal e
administrativo do ICS – Instituto Curitiba de Saúde.

A recusa ao banco de horas foi unanime (veja proposição).
A proposta do governo Gustavo Fruet é que a hora extra só seria paga quando o
servidor exceder 5% de sua jornada mensal. O que ficar abaixo irá para o banco
de horas. Na saúde, por exemplo, um servidor que apenas participar de campanha
de vacinação pode não receber por essas horas a mais trabalhadas. “O servidor
já recebe abaixo pelo valor de seu trabalho, agora vai ficar refém do banco de
horas?”, questiona Irene Rodrigues, coordenadora do Sismuc. O banco de horas,
segundo a Organização Internacional do Trabalho, se adéqua ao setor privado,
sendo regido pela CLT. Já o site JusBrasil, especializado em leis, alerta para
os perigos dessa regulamentação: “o uso do banco de horas tem sido
indiscriminado e, assim, tornando-se a sua prática ilegal. Muitas vezes, até o
empregado perde o controle de suas compensações”.

Outro ponto polêmico é o escalonamento das férias. “O projeto
permite fracionamento de férias. Isso já foi vivenciado em Curitiba na
administração Cássio Taniguchi quando, por decreto, ele implantou férias
coletivas de 21 de dezembro a 1 de janeiro de 2003”, alerta Irene. Para o
sindicato, o escalonamento só pode ocorrer com a permissão do servidor e de
forma individualizada.

A assembleia também autorizou o sindicato a apresentar emendas nos
seguintes pontos:

– Escala de trabalho: garantia de dois finais de semana de
DSR(Descanso Semanal Remunerado) para garantir o convívio familiar.

– Remuneração de 30% sobre o valor da hora de trabalho para servidores
que estão de sobreaviso, acrescidos de pagamento de valor de hora extra/DSR
caso ocorra à convocação.

Plano de
Carreira e crescimento

Um projeto de lei altera o atual o plano de carreira (veja aqui).
Os servidores devem prestar atenção ao adiamento do pagamento pelo crescimento,
que historicamente ocorre em dezembro e a gestão atual pretende que seja em
fevereiro. Por outro lado, essa proposta acaba com a concorrência no
crescimento horizontal. Para esse texto, assembleia aprovou a seguinte defesa a
ser feita pelo Sismuc:

– As faltas de greve não sejam computadas como fator de desconto de
pontuação para o crescimento;

– Que seja desconsiderada a pontuação no crescimento vertical pela
atuação como chefia;

– elevação de 20% para 50% na quantidade de contemplados para o
crescimento vertical;

– implantação da vantagem financeira no mês de dezembro de 2014.

– igualdade na apresentação
de cursos realizados tanto na lei 11000 como na lei 12083 (180 horas).

Ações
coletivas e representatividade

Foram ratificadas ações
coletivas (confira a listagem).
Essa “ratificação” se fez necessária, uma vez que o judiciário tem pedido de
atas de assembleia que autorizam a ação judicial.

A assembleia ainda aprovou seus membros de representação em
conselhos do ICS. São elesArno Emilio Gerstenberger Junior e Paulo Gomes, para o
conselho administrativo e fiscal.