Descaso da Prefeitura com ICS preocupa sindicato

A ausência de uma política da Prefeitura para o Instituto Curitiba de Saúde (ICS) preocupa os dirigentes do Sismuc. O problema mais recente é o fim da compulsoriedade, isto é da obrigatoriedade da contribuição dos servidores, que abre a possibilidade para que muitos decidam deixar de pagar a contribuição de 3,14% do salário. Uma suposta debandada poderia acarretar uma perda significativa de receita.

O problema deve surgir a partir de 14 de agosto, quando os servidores poderão optar entre permanecer ou não no ICS, conforme determinação do Ministério Público. O resultado pode ser o fim do instituto, já que, com menos dinheiro, os serviços tendem a ser cortados. A decisão do Ministério Público também proíbe que o município utilize recursos do Fundo Municipal de Saúde para financiar o ICS. 

Uma das medidas defendidas pelo sindicato é o aumento do aporte financeiro da Prefeitura para o ICS, que hoje corresponde a 3,94% do valor do salário de cada servidor. Para a secretária de assuntos jurídicos do Sismuc Irene Rodrigues, a decisão do MP não encerra os debates sobre as reivindicações da categoria. “Agora, mais do que nunca, a Prefeitura pode fazer com que os servidores tenham espaço na participação da gestão do ICS”, diz ela. Outra pauta mantida é a defesa da transformação do ICS em autarquia, pois não há conflito na mudança da forma jurídica do instituto e seu enquadramento na Agência Nacional de Saúde (ANS) como plano de saúde. Hoje o ICS mantém a forma jurídica autônoma-privada.

Em outubro de 2010 a Prefeitura, mesmo sem um estudo, estimou que se acabasse a compulsoriedade, 20% do funcionalismo municipal poderia deixar de contribuir com o ICS. A redução da receita significaria um impacto significativo no deficitário orçamento do instituto. Os problemas motivaram, inclusive, uma intervenção no órgão pela Agência Nacional de Saúde (ANS), em junho de 2010.  


Mobilização
No próximo dia 26 um ato conjunto do Sismuc e do Sismmac será realizado na Boca Maldita, a partir das 10 horas. Uma reunião entre representantes dos sindicatos e do ICS está agendada para o próximo dia 29, a partir das 10 horas, na sede do instituto. Os sindicatos cobram aumento do aporte financeiro da Prefeitura ao ICS, mais participação nos conselhos e garantia da qualidade no atendimento. 


Saiba mais
Com a decisão da justiça, a ação civil pública de 2005 do Ministério Público, que ameaçava fechar o ICS, foi engavetada. O órgão questionava o envio de recursos do Fundo Municipal de Saúde para o instituto. Já a ANS apontava o não cumprimento do regulamento nacional dos planos de saúde pelo instituto. Dentre as medidas exigidas estava o fim da compulsoriedade.