Diretora é afastada após pressão de educadores e comunidade

 A diretora do CMEI Santa Izabel (regional Bairro Novo) foi substituída no último dia 7. A saída da diretora ocorreu após mobilização dos educadores e da comunidade local que pediram sua saída através de abaixo-assinado. Segundo eles, a diretora assediava os profissionais, que denunciaram a prática diversas vezes ao núcleo de educação.

Há pelo menos um mês o sindicato vem debatendo com a direção do núcleo alterações da diretoria do CMEI Santa Izabel. A solicitação de substituição ocorreu após o Sismuc receber denúncia de que a diretora assediava os funcionários, conta Cathia Regina Pinto de Almeida, secretária de organização de base. “Inclusive, ela chegou a gravar no celular dela as orientações que o sindicato repassava para os educadores, como forma de tentar nos intimidar”, recorda Cáthia.

Mas não conseguiu. Tanto que o sindicato e os educadores recolheram assinaturas dos pais do centro infantil que apoiavam a substituição na direção da escola. “O afastamento da direção do CMEI mostrou a força da equipe e a sua influência junto à comunidade. Por diversas vezes eles procuraram o núcleo, mas os problemas só foram resolvidos depois que extrapolaram os muros da unidade e chegaram aos pais e ao sindicato”, ressaltou Juliano Soares, educador e diretor do Sismuc.

A saída da diretora é apenas mais um ponto nos problemas que vivem a educação infantil em Curitiba. O sindicato tem combatido o assédio moral em todos os locais de trabalho, a falta de profissionais nos centros infantis e de horas permanência. Para Juliano Soares, o caso no CMEI ocorrido em setembro incentivou os outros CMEIs a apontarem o desgaste que os educadores têm sido submetidos. “Ações como essas devem se multiplicar em todos os locais onde esses problemas são constatados”, explica Juliano.

O CMEI Bracatinga fez paralisação de 50 minutos em 23 de setembro para exigir que os profissionais afastados por LTS ou outros motivos fossem repostos na unidade, uma vez que a falta de profissionais trazia superlotação às salas de aula.

Paralisação geral:
Os centros municipais infantis devem participar da paralisação de 50 minutos no dia 11 de novembro. O ato deve ocorrer pela manhã, das 07h as 07h50. O objetivo da paralisação é chamar a atenção da população para o desrespeito com que a prefeitura trata os trabalhadores da educação.  Há muito tempo esses profissionais vêm desempenhando seu trabalho com o quadro mínimo de funcionários. Isso desrespeita leis básicas, resultando na superlotação das salas de aula e expõe a segurança de nossas crianças. O desrespeito aos educadores também impede a realização da hora permanência e diminui a qualidade do atendimento às crianças de três meses a cinco anos de idade. Nossos educadores estão cada vez mais doentes e cansados. 

Debate educação em 11 e 12 de novembro
O Sismuc realiza uma pré-conferência para os trabalhadores da educação nos dias 11 e 12 de novembro. O objetivo é fortalecer a posição dos trabalhadores para a conferência municipal de educação, que ocorrerá em dezembro.  Na pauta será debatida a redução da jornada de trabalho, o fim do programa de metas, o dimensionamento adequado, a eleição de direção, a equiparação salarial e o Profuncionários.
 
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