O SISMUC esteve presente na Cúpula dos Povos, um movimento que reúne sindicatos, organizações da sociedade civil, comunidades indígenas, tradicionais e periféricas durante a realização da COP 30 — a Conferência do Clima que acontece em Belém entre os 10 e 21 de novembro.
A Cúpula dos Povos tem como objetivo discutir propostas alternativas àquelas apresentadas pelas delegações oficiais dos países, como o enfrentamento às falsas soluções de mercado; a concretização da reforma agrária popular e o fomento à agroecologia, o o combate ao racismo ambiental, entre outros.
No sábado, 15 de novembro, cerca de 70 mil pessoas de mais de 60 países participaram da Marcha pelo Clima, que tomou as ruas de Belém. “Estamos enfrentando a crise climática e reforçando que os trabalhadores precisam usar sua força coletiva e sua união de classe para pressionar seus governos a abandonar práticas de exploração”, declarou Alessandra Oliveira, dirigente do SISMUC presente na marcha.
O encerramento da Cúpula dos Povos foi na Universidade Federal do Pará, onde a carta com a agenda política e as propostas da Cúpula foi oficialmente entregue ao presidente da COP30, André Corrêa do Lago, que se comprometeu a levar o documento para as lideranças na última semana da Conferência do Clima.
Acesse a Declaração Final da Cúpula aqui.
As trabalhadoras e os trabalhadores precisam abraçar a pauta climática para si, levando em conta que as mudanças climáticas impactam diretamente as formas de trabalho, seja prejudicando o dia a dia de trabalho, seja pela alteração nos postos de trabalho causados pelo clima. Nesse cenário, a presença do SISMUC não apenas reforça a relevância de colocar a classe trabalhadora no centro desse debate, mas também evidencia o papel do sindicato em orientar e mobilizar o funcionalismo municipal sobre os desafios enfrentados em um contexto de crise climática.
O presidente da CUT, Sérgio Nobre, durante um painel da OIT realizado na COP 30, defendeu que a transição de economia poluente para um modelo justo e sustentável precisa acontecer com a participação ativa da classe trabalhadora. “Esse é um tema estratégico para nós. As mudanças climáticas estão acontecendo no nosso país: as enchentes no Rio Grande do Sul, as queimadas no Pantanal, o aumento das temperaturas no Nordeste, a seca na Amazônia. Esses eventos, que tendem a continuar, precisam ser enfrentados com políticas que protejam os trabalhadores e as comunidades afetadas”, afirmou.
A realização da COP 30 em Belém é marcada pela retomada dos debates democráticos, considerando que as últimas edições da Conferência aconteceram em países com sistemas políticos não democráticos. Belém é uma cidade que, por si só, respira cultura, seja nos sons, nos sabores, nos aromas e nas artes visuais. Durante a COP 30, o Brasil e o mundo, para além das negociações nas zonas oficiais do evento, tiveram a oportunidade de vivenciar o que a Amazônia tem de melhor e entender, na prática, porque precisamos defender a sua sobrevivência, bem como a dos povos que hambitam naquele espaço.


