Enedina Alves Marques, curitibana e primeira engenheira negra do Brasil, é eternizada em uma escultura de bronze que ficará exposta na Rua XV de Novembro, no Centro de Curitiba.
Enedina formou-se pela Universidade Federal do Paraná em 1945, coordenou o plano de Recursos Hidrelétricos do Paraná e foi mentora do projeto da Usina Capivari Cachoeira, na Serra do Mar, entre Campina Grande do Sul e Antonina. A única filha mulher em meio a 6 irmãos, ela precisou manter-se firme em sua dedicação acadêmica, assim como durante sua trajetória profissional, sempre cercada por homens brancos.
“Infelizmente, assim como grande parte dos municípios brasileiros, Curitiba também passou pelo processo de apagamento da história da população negra, invisibilizando as pessoas que fizeram parte da construção da cidade”, aponta Juliana Mildemberg, coordenadora do SISMUC. A partir do trabalho dos movimentos negros e das organizações da sociedade civil, há maior mobilização para que haja o reconhecimento dos negros e negras que viveram e vivem em Curitiba.
Durante o evento de inauguração da escultura, que aconteceu na tarde de hoje (15), Lizete Marques, sobrinha de Enedina, esteve presente e reforçou a importância de todas as mulheres ocuparem os espaços em nossa sociedade.
— — — — — — –
Além da escultura, feita pelo artista plástico Rafael Sartori, Enedina também já foi homenageada com nome de uma rua no bairro Cajuru e, mais recente, com o Centro de Referência Afro Enedina Alves Marques — órgão proposto pela vereadora Giorgia Prates, para receber as vítimas de racismo e intolerância religiosa.
Na tarde de hoje, Giorgia expôs que a história do povo preto sempre foi colocada embaixo dos panos em Curitiba. “É preciso rever a história do povo preto, que foi apagada em nossa cidade. A população preta está chegando e está falando sobre si. Foram muitos anos de apagamento, mas agora temos a Enedina aqui para contar essa história. Nós ainda temos o trabalho de combater o racismo em Curitiba, e lutaremos em favor disso.”