Sem estrutura, UBSs são transformadas em UPA para tapar buraco

Mais uma vez, a Prefeitura de
Curitiba prejudica os atendimentos da atenção básica de saúde para tentar dar
vazão aos milhares de casos de coronavírus na cidade. Nesta quinta-feira (27),
a Secretaria Municipal de Saúde (SMS) começou a avisar os trabalhadores de que,
a partir de sexta-feira (28), algumas Unidades Básicas de Saúde (UBS) serão
novamente transformadas em Unidades de Pronto Atendimento (UPAs).

A administração ainda não
divulgou oficialmente quais serão as unidades transformadas no que a SMS chama
de “Mini UPAs”, porém, as equipes que já foram avisadas iniciarão o trabalho de
atendimento a casos de Covid-19 nesta sexta-feira (28). O que assusta é que
essa medida está sendo aplicada
pela segunda vez em 2021, e mesmo assim, não existe nenhuma adequação de
estrutura, formação, ou contratação de mais profissionais para que haja essa
mudança no atendimento.

Esse tipo de alteração feita pela SMS é uma tentativa
desesperada que desconsidera a necessidade de adequar os locais, e garantir a
segurança e a saúde mental dos trabalhadores que estão na linha de frente desde
março de 2020.

O fechamento das UBSs deixa a população desamparada, afinal
de contas, as consultas e procedimentos da atenção básica de saúde têm como
objetivo, justamente, a orientação, prevenção e solução de doenças, além do
direcionamento de casos mais graves. Sem ela, a pressão em UPAs e hospitais
aumenta.

Os trabalhadores da saúde não podem pagar pela
irresponsabilidade da gestão Greca ao lidar com a pandemia. Por isso, denuncie
e fortaleça a luta!

Se o seu local de trabalho recebeu a notificação da SMS e
está com falta de estrutura e de trabalhadores para atender os pacientes
infectados com a Covid-19, envie uma denúncia para o Fala, Servidor, pelo
telefone (41) 99661-9335.
Fortaleça a cobrança para que a Prefeitura se
responsabilize pelas condições adequadas de trabalho.

Afinal de contas, não adianta tentar tapar o sol com a
peneira. Enquanto no discurso as autoridades sanitárias da gestão Greca, como a
secretária de saúde Márcia Huçulak, prometem medidas mais drásticas, a verdade
é que Curitiba segue na bandeira laranja e os trabalhadores, na sua grande
maioria, não têm condições econômicas de permanecerem em casa.

E assim, fica difícil esvaziar os hospitais, as UPAs, e
agora, as UBSs. Inclusive, não é de hoje que o “novo colapso” vem sendo
anunciado por pesquisadores, sindicatos, veículos de comunicação e pelos
próprios trabalhadores da saúde.

Os números mostram o crescimento de casos e de internamentos
há semanas. Já são quase 10 mil casos ativos e todas as UPAs estão com as
enfermarias com 100% de ocupação. Isso sem falar das UTIs, em que mais de 170
pessoas aguardam leitos.

Os trabalhadores da saúde merecem respeito e valorização.
E a população merece atendimento de qualidade!