Fala, servidor: gestão coloca trabalhadores da educação em risco com visitas domiciliares

Denúncias recebidas pelos sindicatos tanto de escolas quanto
de CMEIs apontam mais uma prática do desgoverno Greca que coloca em risco a
vida dos trabalhadores. As chefias de algumas unidades estão pressionando para
que os servidores façam visitas domiciliares aos estudantes que não têm entregado
as atividades na escola ou nos CMEIs.

A Secretaria de Educação de Curitiba parece esquecer que
existe uma pandemia em curso, que já deixou mais de mil vítimas no município.
Mesmo em bandeira laranja, que representa alerta médio de riscos de
contaminação e prevê suspensão de várias atividades, essa gestão não demonstra
a menor preocupação em proteger a vida dos servidores.

Na escola Santa Ana Mestra, de Campo do Santana, as
professoras estão sendo orientadas a ligar para os alunos e, caso eles não
respondam, elas são pressionadas a ir até a casa dos estudantes.

A mesma prática se repete em CMEIs das regionais Cajuru e
Tatuquara.
Os relatos são de que as diretoras estão pressionando os servidores
para que encontrem uma forma de trazer as famílias até as unidades escolares,
do contrário terão que fazer visita domiciliar. Numa das unidades, a chefia
chega a afirmar que mesmo reconhecendo que alguns lugares a serem visitados são
de risco, a orientação da chefia é que seja feita a visita junto com educadores
sociais. No CMEI Autódromo, inclusive, os trabalhadores já tiveram que fazer
visita para entregar os kits de alimentação.

Ou seja, os servidores estão sendo pressionados para
resolvam sozinhos um problema que é muito mais complexo
e envolve a falta de
condições sociais para que os estudantes acompanhem as aulas online e para que
as famílias compareçam para retirada e entrega das atividades nas escolas e
CMEIs.

Qual é a culpa dos trabalhadores da educação se a política
de ensino remoto de Greca é um fracasso? Um desprefeito que durante toda a pandemia tem
agradado aos grandes empresários e não tem feito nada para garantir condições
dignas de sobrevivência para a população em situação de vulnerabilidade social,
agora quer que os servidores e servidoras solucionem um problema que ele mesmo
contribuiu para agravar.

Com um projeto de ensino remoto totalmente distante da
maioria dos alunos da rede municipal, era sabido desde o início que muitas
famílias não teriam condições de acesso para acompanhar as atividades. Mas, além
de ter ignorado a realidade dos estudantes e de suas famílias, agora querem
fingir que não veem os riscos de fazer visitas domiciliares em plena pandemia.

O recente retorno do município para a bandeira laranja e a
ocupação dos leitos de UTI para Covid-19 que estão acima de 80% são
comprovações de que a pandemia está muito longe de estar controlada em
Curitiba. E os riscos de atividades presenciais na educação nesse momento são
altíssimos. Não é à toa que o Ministério
Público se posicionou contra a retomada das aulas presenciais
.

É por isso que as servidoras e servidores da educação não
estão aceitando essas determinações absurdas de fazer as visitas domiciliares.
E nós continuamos lutando para que os trabalhadores não sejam expostos a mais
essa situação de risco.