Fechamento de unidades de saúde durante epidemia escancara falta de servidores

Depois
de uma semana com muitas dúvidas dos servidores, nesta sexta-feira (27) a
Secretaria Municipal de Saúde (SMS) anunciou que houve uma reorganização no
atendimento das Unidades de Saúde (US), que promoveu o remanejamento de 850
servidores da saúde. A Prefeitura tirou trabalhadores dos locais de trabalho sem
explicar o que estava acontecendo.

Mas,
é claro que a necessidade de remanejamento é uma tentativa da Prefeitura de
esconder o verdadeiro problema, que é a falta de profissionais da saúde na Prefeitura.
A política do desgoverno Greca de não repor o quadro de funcionários vem
sendo criticada pelo SISMUC desde o início da sua gestão. A falta de trabalhadores
da saúde para enfrentar essa emergência é fruto do desmonte que esse
desgoverno vem fazendo na saúde pública.
Agora, ele não pode fugir dessa
responsabilidade, porque nós lembraremos todos os dias que Greca preferiu
torrar dinheiro em asfalto em vez de garantir os serviços básicos para a
população.

Não
dá para esconder também que com o remanejamento, uma parte importante da
população vai ficar desassistida.
Os usuários terão que se deslocar até
outra unidade de saúde para ter o atendimento de rotina. Como essa parcela da
população vai se deslocar até o outro equipamento? Como os idosos e outros pacientes
de grupos de risco que moram nessas regiões vão fazer para conseguir atendimento?
Como vão se deslocar até os outros bairros se a recomendação é de evitar o uso
do transporte público


Além
disso, com essa reorganização as US que vão continuar o atendimento de rotina
vão ficar lotadas, pois estarão recebendo pessoas da área de atendimento de
outro equipamento, além de concentrar maior número de trabalhadores em um local,
o que vai contra as recomendações de combate e prevenção ao Coronavírus.

É
mais uma mostra de que a Prefeitura não dialoga porque é autoritária e não se
importa com a população e nem com os servidores.

Essa
medida deixa claro que quando não se investe adequadamente em saúde pública e em
outros serviços essenciais, os problemas não demoram a aparecer!
A Prefeitura
agora anunciou a contratação de mais enfermeiros via PSS, mas é claro que essa
contratação deveria ter sido feita mesmo antes dessa emergência – e via
concurso público!


Outro
problema nesse remanejamento foi a falta de diálogo com os servidores – outra prática
que o SISMUC vem denunciando muito antes da epidemia de Coronavírus.
A falta de
comprometimento da gestão com os servidores gerou muitas dúvidas na categoria,
que foi obrigada a sair de seu local de trabalho sem um esclarecimento da
administração.


Durante a semana o SISMUC pediu, via ofício, que a Prefeitura orientasse os
servidores sobre o motivo de fechamento de algumas unidades. Entendemos que a
Prefeitura tem sido omissa na orientação e repasse de informações em várias
questões com os servidores, diante da pandemia do Coronavírus.

Em
reunião com o sindicato, a gestão informou que estava reorganizando o
atendimento de 35 unidades para não colocar em risco de contaminação pelo
Coronavírus os usuários de rotina das USs. Com isso concentrou o atendimento em
alguns equipamentos, para onde equipes médicos, auxiliares, enfermeiros, foram
remanejados, deixando a unidade de origem para atendimento específico do
Calendário Nacional de Vacinação do Ministério da Saúde, com exceção da vacina
contra gripe.


Essa situação é só mais uma prova do desrespeito de Greca com o funcionalismo municipal, que não conta sequer com EPIs ou treinamentos para enfrentar a pandemia. O
sindicato, em conjunto com os servidores, vai continuar exigindo que a
Prefeitura adote protocolos e oriente claramente os trabalhadores sobre as
alterações que estão sendo promovidas em suas rotinas.