Prefeitura anuncia processo de contratação mais precário para educação

Após a regulamentação do Processo
Seletivo Simplificado (PSS) pela bancada do tratoraço, a gestão Greca não
demorou para colocar suas garras de fora e mostrar para que veio. Na última
sexta-feira (19) a administração lançou o primeiro edital do PSS, especificamente
para a educação infantil.

A Prefeitura tenta economizar às
custas dos trabalhadores, os contratos chamados de temporários, não passam de
um plano para que a gestão acabe com os concursos públicos. O PSS é considerado
um tipo de contratação mais barata, já que não possui os mesmos direitos
trabalhistas e os salários são mais baixos, como é o caso do processo anunciado
com remuneração de R$ 2.372,47 para 40 horas semanais, valor que não respeita o
piso nacional de R$ 2.557,74.

No edital, fica claro que a
Prefeitura vai usar dois pesos e duas medidas com as trabalhadoras e
trabalhadores contratados via PSS. Para a administração, os deveres desses
professores e professoras de educação infantil são os mesmos de um servidor
concursado, porém, seus direitos não existem. Sem plano de carreira, com
contratos temporários e sem Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS), os
trabalhadores contratados através do PSS estão a mercê da própria sorte.

Para os profissionais e a população, nada!

Um dos principais problemas desse tipo de contratação é a
alta rotatividade. O vínculo criado entre um professor ou professora e seu
aluno é de extrema importância para o desenvolvimento do aprendizado. A
rotatividade prejudica a criação desse vínculo já que o profissional pode ficar
por pouco tempo no local de trabalho.
Os contratos temporários podem se
estender por no máximo, dois anos. Além disso, para não caracterizar vínculo
empregatício, após o fim do contrato o trabalhador não poderá ser contratado
por 24 meses.

A demanda por serviços públicos aumenta todos os dias, mas
não existe um plano de governo para pensar as necessidades da população e dos
servidores. A Prefeitura ficou anos sem realizar um concurso público sequer
para a educação infantil e outras áreas. O número de vagas para o concurso de
2019 foi de apenas 20, o que não chega perto da atual necessidade do município.

As contratações através do PSS não resolvem o atual problema
de falta de profissionais e queda na qualidade dos serviços oferecidos para a
população. Pelo contrário, ao optar por esse tipo de contratação precária, a
Prefeitura abre mão da estabilidade, do vínculo duradouro e da qualidade de
vida dos profissionais. Essas são características essenciais para garantir que
os trabalhadores executem e construam o serviço público de qualidade para a
população.

Por isso, além de lutarmos pela contratação de
profissionais através de concursos públicos
, devemos também lutar para que os
trabalhadores em regime de PSS tenham os mesmos direitos que os servidores
estatutários
, garantindo melhores condições de trabalho para o conjunto do
serviço público municipal.